PREVALÊNCIAS DE AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS E VASCULARES EM UM SERVIÇO DE REABILITAÇÃO FÍSICA

Náthalie da Costa, Gabriella Moraes Jungblut, Sérgio Junior Zonta, Lisiane Lisboa Carvalho, Rafael Kniphoff da Silva, Angela Cristina Ferreira da Silva

Resumo


As amputações por motivos traumáticos quando contabilizadas representam elevados números nas coordenadorias de abrangência do Serviço de Reabilitação Física da UNISC no Rio Grande do Sul. Historicamente, os acometimentos vasculares como diabetes, trombose e aneurisma arterial, sobrepunham-se às traumáticas, como acidente de trânsito, acidentes domésticos e acidentes de trabalho. Entretanto, percebe-se um aumento significativo das amputações por causa traumática neste Serviço, como demonstram os dados que abrangem 62 municípios de três coordenadorias de saúde do Rio Grande do Sul, em que integram o Vale do Taquari (16ª) Vale do Jacuí (8ª) e Vale do Rio Pardo (13ª), provenientes do Serviço de Reabilitação Física de Nível Intermediário da Universidade de Santa Cruz do Sul (SRFis-UNISC). Busca-se demonstrar a prevalência de amputações traumáticas quando comparadas as de etiologia vascular no SRFis-UNISC. Trata-se de uma análise qualitativa e quantitativa dos dados advindos do Serviço de Reabilitação de pacientes que sofreram amputação e que foram entrevistados para aquisição de sua prótese. A amostra foi coletada com usuários amputados avaliados pelo serviço no período de 2013 a 2018. Foram analisados 406 usuários amputados quanto as suas etiologias e percebeu-se que as causas vasculares (42%) não diferem significativamente do número de amputação por traumas (40%), dessa forma, apresentam uma visão oposta à literatura que aponta a maioria absoluta de causas vasculares. Essas porcentagens apresentam-se sobre uma amostra que conta também com outras etiologias como: ausência congênita (1,7%), neoplasia (1,2%) e meningococcemia (0,2%). Diante dos resultados apresentados, sugere-se que os usuários com faixa etária entre 30 a 50 anos apresentam menor probabilidade de desenvolverem problemas vasculares, estes em sua maioria possuem habilitação para dirigir veículos, trabalham todos os dias e, consequentemente, estão expostos a maiores riscos, assim, estando mais suscetíveis a sofrer com um trauma seguido de amputação. A pequena diferença entre o número de amputação devido à causas vasculares e traumas é relevante, pois gera a discussão em torno dos motivos que levaram a ocorrência desses acidentes e o que pode ser feito para evitá-los. Esses traumas podem ser decorrentes de acidentes de trânsito, dessa maneira, seria eficiente se fossem criadas medidas públicas de prevenção, tanto no ambiente de trabalho quanto no trânsito para que haja significativa diminuição na frequência de traumas.


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