A ANSIEDADE E OS ASPECTOS PSICOSSOCIAIS NO CONTEXTO DO ENVELHECIMENTO: UM ESTUDO DE CASO

Nestor Pedro Roos, Carolay Milene Santelmo Silva, Elisângela Luzia dos Santos, Eliana Cácia de Melo Machado

Resumo


O envelhecimento é um processo fisiológico progressivo e heterogêneo, inerente ao ser humano e originados por fatores que ocorrem naturalmente ao longo da vida, tornando-o particular de cada pessoa. Se caracteriza por mudanças morfológicas, funcionais, bioquímicas e também por modificações psicológicas. Em 2017, população brasileira passou de 207 milhões de habitantes, na qual a população idosa, nesse mesmo período, era formada por cerca de 30 milhões (14,49%) de pessoas, sendo 56% mulheres e 44% homens. Com o aumento da expectativa de vida da população e diminuição das taxas de natalidade, espera-se que a população fique cada vez mais velha. De acordo com indicadores, até 2025 o Brasil será o sexto país mais idoso do mundo. Considerando este cenário, observa-se algumas questões preocupantes quanto ao envelhecimento, uma vez que a palavra “idoso”, em algumas sociedades, carrega consigo um conjunto de conotações maliciosas, levando a uma visão equivocada e negativa sobre o envelhecimento. O fato de o idoso viver em um contexto inóspito da sociedade contribui no medo de envelhecer, levando à perda do sentido de “viver” e desencadeando alterações psicológicas, como a ansiedade, que afeta a qualidade de vida e restringe sua independência e vida social ativa. Diante disto, o objetivo deste trabalho foi identificar a ansiedade e outros aspectos psicossociais no contexto do envelhecimento e de que forma esses fatores afetavam a qualidade de vida do idoso abordado neste estudo. Trata-se de um estudo observacional e descritivo, desenvolvido na disciplina “Estudos Interdisciplinares da Família I” no currículo do curso de Enfermagem da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Utilizou-se uma abordagem qualitativa, através da coleta de dados de um paciente portador desse transtorno, vinculado ao Sistema Integrado de Saúde (SIS) da Universidade, que autorizou a utilização do seus dados. Foi realizada a análise do prontuário disposta no SIS, além de entrevistas durante as visitas domiciliares. Através da análise do prontuário do paciente, foi identificada a presença de doenças crônicas, como a diabetes, hipertensão e comprometimentos cardiovasculares. Tais complicações foram investigadas na visita domiciliar, onde foi observado os danos que estas já haviam trazido ao paciente, como a amputação de um dedo. A dificuldade de se movimentar, aliado à cegueira em um dos olhos, deixavam o paciente mais agitado, levando-o à uma série de ações equivocadas, como alimentação irregular e automedicação, para atenuar dores nas articulações. Também foi identificado o uso irregular das medicações de controle especial, que resultam em insônia e aumento no seu nível de ansiedade, levando a um estilo de vida pouco saudável. Desse modo, observa-se que envelhecer com saúde não depende somente de fatores genéticos, mas também do contexto social no qual este indivíduo está inserido. Além disso, ficou evidente que esses descontroles ocorrem por falta de orientações corretas e de acompanhamentos periódicos por profissionais da saúde. Portanto, ressalta-se a importância de desenvolver, por parte das equipes de saúde, ações relacionadas à orientações e esclarecimentos de dúvidas, bem como ações para promoção da autoestima e do autocuidado integral no envelhecimento, tornando-o mais independente e participante sua própria saúde.

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