APLICABILIDADE DO DEGRAU COMO MODALIDADE DE TREINAMENTO AERÓBIO PARA PACIENTES ACOMETIDOS POR DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Douglas Alex Weiss Martins, Tania Cristina Malezan Fleig

Resumo


Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) tem como uma de suas características a diminuição da capacidade aeróbica e força muscular, que resulta na perda de funcionalidade e intolerância ao exercício, tais consequências que impactam de forma negativa na qualidade de vida desses pacientes. Nesse sentido, o treinamento físico é um dos principais componentes da reabilitação pulmonar, pois permite o aprimoramento da capacidade para realizar atividades de vida diária e melhora da qualidade de vida. Objetivo: Avaliar a aplicabilidade do degrau como modalidade de treinamento aeróbio para pacientes acometidos por DPOC. Métodos: Estudo transversal, realizado no período de maio a julho de 2018, com amostragem de conveniência composta por pacientes do Programa Domiciliar de Reabilitação Respiratória, desenvolvido na Estratégia Básica de Saúde, Arroio Grande, em Santa Cruz do Sul – RS. A frequência dos pacientes avaliados, no programa, foi de 2 vezes por semana, no tempo estimado de 60 minutos, sendo o roteiro de atividades baseado em alongamentos e exercícios de resistência localizados para membros superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII), além do treino aeróbico com uso do degrau. Foi empregado como ergômetro um degrau de 20 cm de altura, sobre um tapete de borracha antiderrapante. Os pacientes foram orientados a subir e a descer o degrau, até atingir 50% da sua frequência cardíaca de treinamento (calculada pela fórmula de karvonen), com objetivo de alcançar o maior número possível de degraus nesse período (cadência livre), seguindo com o membro inferior dominante até o fim do treinamento, sem qualquer apoio dos membros superiores. Durante o treinamento foi utilizada frases de incentivo padronizadas, orientando o paciente a posicionar toda a base do pé sobre o degrau durante os movimentos. Foram coletadas as variáveis da frequência cardíaca (FC), saturação periférica de oxigênio (SPO2), sensação de dispneia (BORG-D) e sensação de esforço (BORG-E), nas situações pré e pós-treinamento, além do tempo e número de degraus no período pós-treinamento. Resultados: Amostra composta por 4 pacientes, com idade média de 67 anos (±7,1), índice de massa corporal de 22,4 kg/m2 (±2,0) e igualdade entre os sexos (50%). Ao avaliar as variáveis nos períodos pré e pós-treinamento com o degrau no sexo feminino, foi possível observar um acréscimo na FC (média de 83,2±12,2 para 115,2±11,2 bpm), BORG-D (média de 0,5±0,9 para 1,8±1,9) e BORG-E (média de 0,5±0,6 para 2,0±1,9). Ao relacionar o nível de SPO2 entre ambos os períodos, encontrou-se uma discreta diminuição ao final do treinamento (média de 97,6±1,1 para 97,2±1,2 %). Da mesma forma, ao avaliar as variáveis no sexo masculino, observou-se um aumento na FC (média de 76,4±9,6 para 108,6±8,8 bpm), BORG-D (média de 0,3±0,6 para 0,9±0,9) e BORG-E (média de 0,4±0,5 para 1,2±1,0). Ao analisar o nível de SPO2, encontrou-se uma pequena diminuição ao final do treinamento (média de 97,6±1,0 para 97,0±1,1 %). Relacionado ao tempo e ao número de degraus, evidenciou-se no sexo feminino uma média de 01:24±00:35min e 33,3±14,3 degraus, respectivamente; para o sexo masculino, encontrou-se 01:57±00:58 min e 44,8±18,1 degraus. Conclusão: A utilização do degrau como modalidade de treinamento aeróbio parece ser uma ferramenta interessante no intuito de promover determinadas modificações nas variáveis avaliadas, de forma a proporcionar um incremento ao sistema cardiorrespiratório de pacientes acometidos por DPOC.


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