PLANO DE ACOMPANHAMENTO FAMILIAR: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 226, descreve que a família é a base da sociedade e tem especial proteção do Estado. A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), na perspectiva da proteção social, deve desenvolver ações centradas na família, com propósito de garantir seus direitos, dentre estes, o de convívio familiar e comunitário. A referida política pública legitima o papel do Estado na oferta de serviços de proteção e acompanhamento às famílias em situação de vulnerabilidade social. O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) tem como prática primordial a Proteção e Atendimento Integral a Família (PAIF), que deve ser realizado com as famílias, a partir do atendimento ou acompanhamento dos seus integrantes. Nesse sentido, o presente trabalho refere-se ao acompanhamento realizado com uma família exposta a múltiplas adversidades e vulnerabilidades sociais e faz parte das atividades de estágio em Psicologia, vinculado à Universidade de Santa Cruz do Sul. Trata-se de um acompanhamento desenvolvido em conjunto com a rede socioassistencial de um CRAS de Santa Cruz do Sul, no intuito de identificar os processos vivenciados pela família e suas possibilidades de enfrentamento dos desafios e as vulnerabilidades existentes. É utilizado como material principal para a elaboração das ações o Plano de Acompanhamento Familiar, que é estruturado contendo os seguintes tópicos: potencialidades do grupo familiar, vulnerabilidades a serem superadas; recursos que o território possui; vulnerabilidades identificadas pela rede; estratégias a serem adotadas para superá-las e o prazo de execução. Cabe destacar que são identificadas também as ofertas de direitos já realizados pela Rede Socioassistencial, a fim de auxiliar a organização da família e minimizar os fatores de vulnerabilidade social. A partir desse planejamento, é possível conter um olhar técnico, possibilitando uma leitura crítica da realidade vivenciada, das vulnerabilidades existentes e também das potencialidades que a família e o Estado apresentam. Com base nos dados acima, foi possível observar, até o momento, as fragilidades tanto da família quanto do Estado e da Rede Socioassistencial no que diz respeito às vulnerabilidades apresentadas, tendo em vista que o Plano de Atendimento Familiar avalia não só a família, mas o Estado e os processos de trabalho. É possível expor ainda que, diante de cada singularidade nesse processo, tem-se construído um aprendizado bastante importante para a formação acadêmica, como também, a possibilidade de um olhar sobre a interlocução da rede socioassistencial do CRAS frente a um caso.
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