UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM PSICODIAGNÓSTICO ATRELADO A UM CASO INFANTIL
Resumo
O presente trabalho da disciplina de Estágio Básico B – Processos Clínicos e Psicodiagnóstico constitui-se enquanto atividade integrante da prática do Estágio curricular do Curso de Psicologia e foi desenvolvida no Serviço Integrado de Saúde – SIS, da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. O paciente avaliado foi H. de oito anos, o qual foi encaminhado ao psicodiagnóstico pela terapeuta que o atendia por dificuldades de aprendizagem, de concentração e de respeitar limites estabelecidos em casa e na escola. Os atendimentos ocorreram semanalmente, totalizando sete encontros. Inicialmente, buscou-se conhecer o contexto familiar e os principais sintomas do paciente a partir de entrevistas com a madrinha/cuidadora. Ao longo dos atendimentos foram aplicados instrumentos, com o propósito de averiguar comportamentos e/ou sintomas, visando confirmar ou não os sintomas apresentados e as possíveis hipóteses diagnósticas. Os instrumentos foram, Escala de Inteligência Weschler – WISC II, Teste de apercepção infantil – C.A.T, Escala de Estresse Infantil e Escala TDE. Na entrevista inicial com a madrinha/cuidadora, esta referiu que os pais biológicos do menino eram usuários de drogas, deixou ele inicialmente com avó materna, a mesma faleceu por volta dos três anos de idade o menino ficou aos cuidados da madrinha, que atualmente é a responsável legal. Na entrevista com ela, identificou-se por vezes ela não entende a complexidade do quadro de H. deixando de lado o abandono afetivo vivenciado pelo garoto, de acordo com a literatura Dias (2011), pode-se pensar que influenciou diretamente em sua maneira de relacionar-se com os outros e consigo mesmo. Desde a creche H. já tinha comportamentos de não parar no lugar e não respeitar os limites, quando foi para a escola a situação se agravou. Ele frequenta o CAPSIA, na qual faz consultas com psiquiatra. Faz uso das medicações controladas como Risperidona e Fluoxetina, devido à suspeita de transtorno hipercinético de conduta e outros transtornos emocionais da infância – transtorno de hiperansiedade e identidade, e faz psicoterapia semanal no Serviço Integrado de Saúde (SIS). Quanto aos resultados dos instrumentos, no WISC verificaram-se dificuldades e prejuízos nas diversas áreas cognitiva, no CAT percebe-se empobrecimento na narração, temas repetitivos, vocabulário limitado e fala desorganizada, na Escala, o paciente pode estar passando por uma fase de alerta de estresse, TDE obteve resultados abaixo do esperado para a faixa etária. A cuidadora, mesmo tendo todas suas limitações (como problemas de saúde, pouca visão, idade avançada), demonstra-se bastante preocupada com o menino, se esforçando para levá-lo aos atendimentos. A hipótese diagnóstica está relacionada às dificuldades de aprendizagem atreladas às questões emocionais e afetivas vivenciadas por H. De acordo com Santos e Graminha (2006), os problemas de aprendizagem têm sido frequentemente associados ao contexto familiar e ambiente dessa criança. Os prejuízos na sua área cognitiva, apresentando dificuldades de atenção e concentração, que, consecutivamente, prejudica sua aprendizagem. No final do psicodiagnóstico, não se descartou por completo a hipótese de H. ter Transtorno de Deficit de Atenção/Hiperatividade, uma vez que o garoto apresenta vários sintomas relacionados a essa psicopatologia, tal como a falta de atenção, e a dificuldade de ficar parado, das quais se pode observar nas sessões e nos testes que foram aplicados.
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