UMA EXPERIÊNCIA DE ESTÁGIO EM PSICODIAGNÓSTICO ATRELADO A UM CASO INFANTIL

Luiza Tamara de Almeida Leal, Estefani Kerolin Betti, Camila Furrati Chagas, Kelly Rodrigues de Oliveira, Thais Soares Marques, Elisabete Frigeri Domingo, Geovana Machado da Silva, Marília Schwab Kessler, Pâmela Noronha da Silva, Marcela Bortolini

Resumo


O presente trabalho da disciplina de Estágio Básico B – Processos Clínicos e Psicodiagnóstico constitui-se enquanto atividade integrante da prática do Estágio curricular do Curso de Psicologia e foi desenvolvida no Serviço Integrado de Saúde – SIS, da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. O paciente avaliado foi H. de oito anos, o qual foi encaminhado ao psicodiagnóstico pela terapeuta que o atendia por dificuldades de aprendizagem, de concentração e de respeitar limites estabelecidos em casa e na escola. Os atendimentos ocorreram semanalmente, totalizando sete encontros. Inicialmente, buscou-se conhecer o contexto familiar e os principais sintomas do paciente a partir de entrevistas com a madrinha/cuidadora. Ao longo dos atendimentos foram aplicados instrumentos, com o propósito de averiguar comportamentos e/ou sintomas, visando confirmar ou não os sintomas apresentados e as possíveis hipóteses diagnósticas. Os instrumentos foram, Escala de Inteligência Weschler – WISC II, Teste de apercepção infantil – C.A.T, Escala de Estresse Infantil e Escala TDE. Na entrevista inicial com a madrinha/cuidadora, esta referiu que os pais biológicos do menino eram usuários de drogas, deixou ele inicialmente com avó materna, a mesma faleceu por volta dos três anos de idade o menino ficou aos cuidados da madrinha, que atualmente é a responsável legal. Na entrevista com ela, identificou-se por vezes ela não entende a complexidade do quadro de H. deixando de lado o abandono afetivo vivenciado pelo garoto, de acordo com a literatura Dias (2011), pode-se pensar que influenciou diretamente em sua maneira de relacionar-se com os outros e consigo mesmo. Desde a creche H. já tinha comportamentos de não parar no lugar e não respeitar os limites, quando foi para a escola a situação se agravou. Ele frequenta o CAPSIA, na qual faz consultas com psiquiatra. Faz uso das medicações controladas como Risperidona e Fluoxetina, devido à suspeita de transtorno hipercinético de conduta e outros transtornos emocionais da infância – transtorno de hiperansiedade e identidade, e faz psicoterapia semanal no Serviço Integrado de Saúde (SIS). Quanto aos resultados dos instrumentos, no WISC verificaram-se dificuldades e prejuízos nas diversas áreas cognitiva, no CAT percebe-se empobrecimento na narração, temas repetitivos, vocabulário limitado e fala desorganizada, na Escala, o paciente pode estar passando por uma fase de alerta de estresse, TDE obteve resultados abaixo do esperado para a faixa etária. A cuidadora, mesmo tendo todas suas limitações (como problemas de saúde, pouca visão, idade avançada), demonstra-se bastante preocupada com o menino, se esforçando para levá-lo aos atendimentos. A hipótese diagnóstica está relacionada às dificuldades de aprendizagem atreladas às questões emocionais e afetivas vivenciadas por H. De acordo com Santos e Graminha (2006), os problemas de aprendizagem têm sido frequentemente associados ao contexto familiar e ambiente dessa criança. Os prejuízos na sua área cognitiva, apresentando dificuldades de atenção e concentração, que, consecutivamente, prejudica sua aprendizagem. No final do psicodiagnóstico, não se descartou por completo a hipótese de H. ter Transtorno de Deficit de Atenção/Hiperatividade, uma vez que o garoto apresenta vários sintomas relacionados a essa psicopatologia, tal como a falta de atenção, e a dificuldade de ficar parado, das quais se pode observar nas sessões e nos testes que foram aplicados.


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