A velhice brasileira apresenta-se como um desafio a ser enfrentado, pois mesmo com a criação do Estatuto do Idoso em 2003, que preza pelos direitos das pessoas com mais de 60 anos, ainda existem atravessamentos, como por exemplo, a estrutura de cuidados ainda muito centrada nas famílias. Nesse cenário como alternativas de cuidado surgem as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Estas se caracterizam por propiciarem atenção e cuidados aos idosos. São locais equipados para atender sujeitos com 60 anos ou mais em regime de internato, mediante pagamento ou não (filantrópicas) em período indeterminado. (ABREU; ELOI; SOUSA; 2017). O presente trabalho, tem como proposta central, apresentar a realidade de uma ILPI através da visita realizada por estudantes de Psicologia. Foi utilizado um pequeno modelo semiestruturado de perguntas que nortearam o objetivo da visita, a fim de levantar informações mais relevantes sobre o funcionamento da instituição. Durante a visitação foram obtidos aspectos organizacionais, como por exemplo, dados sobre infraestrutura, número de funcionários e idosos, as atividades realizadas, visitas, horários, refeições, número de cadeirantes e número de acamados. A fim de saber mais sobre o processo de institucionalização foram realizadas três entrevistas com idosas residentes. O conteúdo trazido por elas possibilitou ilustrar aspectos da história de vida desses sujeitos, assim como entendimento das idosas sobre a casa e os cuidados que lhes são ofertados. A situação encontrada na instituição, refere-se a uma estrutura pequena, apesar estar muito limpa e cuidada, acaba por não confortar de maneira adequada as idosas, com quartos minúsculos e lotados. Há pouca diversidade de ações com predominância de horas frente à televisão, e praticamente nenhum incentivo a socialização A maior parte das idosas possuem demência, o que apresenta desafios para a equipe quanto à comunicação e desenvolvimento de atividades. As que ainda mantêm bom estado mental, reclamam de falta de outras atividades. Ressaltando aqui, a necessidade urgente de repensar estas ações, como reforçado na fala de uma das idosas entrevistas: ”só esperando a morte”. As ILPI deveriam ser parte de um elo da rede de cuidados ao idoso, como resultado de uma política pública, mas o que se percebe é ainda um atraso com relação à questão (CLOS; GROSSI,2016). Portanto, ressaltamos que o cuidado deve se constituir em um desafio coletivo a ser buscado tanto pelos funcionários das instituições, quanto das famílias, da sociedade e do Estado.