O PACIENTE ONCOLÓGICO E A FAMÍLIA FRENTE À TERMINALIDADE: RELATO DE UM CASO CLÍNICO

Andreia Madalena de Jesus, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


O processo da terminalidade compreende-se de quando se esgotam todas as possibilidades de condições de saúde e a morte parece próxima e previsível, muitas doenças apresentam estágios avançados, os quais levam os enfermos a aproximarem-se da finitude, causando medo, temor, angústia e incertezas. O câncer é um diagnóstico que faz refletir perante este tema, apesar de existir vários tratamentos e probabilidade de cura, quando diagnosticado, geralmente se atribui a uma doença incurável, correspondente a uma sentença de morte. Ao falar nesta temática, é necessário compreender que não se pode apenas pensar no sujeito que está doente, mas também no impacto que este fato repercutirá em seu núcleo familiar, esse acontecimento interfere de forma direta na vida social, nas atividades, nos sentimentos, nas relações interpessoais e profissionais do paciente e seu contexto familiar. O objetivo deste trabalho é descrever um caso clínico de um paciente em processo da terminalidade, através das práticas do Estágio Integrado em Psicologia III, realizado em um hospital da região que é referência em oncologia, através do atendimento psicológico para paciente E. T. M, sexo feminino, 61 anos, casada, dois filhos adultos, quatro netos. Conforme diagnóstico médico: câncer de pâncreas, com metástases na coluna, paraplegia completa. Realizou quimioterapia durante cinco meses, entre os anos de 2016 e 2017 e realizou também tratamento radioterápico, mas o tratamento não teve resposta. Foram realizados dois atendimentos individuais com a paciente e dois com o cuidador (contratado), os mesmos ocorreram durante tratamento radioterápico e internações, devido à solicitação do filho da paciente, que percebeu a necessidade da mesma estar sendo acompanhada pelo Serviço da Psicologia, além disso foi realizada a construção do genetograma, no qual se teve a oportunidade de verificar a estrutura do núcleo familiar que a paciente estava inserida e ver quais as relações entre os integrantes que se estabeleciam naquele contexto. A partir dos atendimentos foi possível verificar que o processo da doença terminal e a perda da autonomia causam grande sofrimento psíquico nos enfermos, e também na dificuldade de familiares em acompanhar os pacientes nas internações e tratamentos, sendo necessário a contratação de cuidadores formais, mas cabe ressaltar a importância desses familiares estarem visitando-os diariamente, mesmo que em um período menor, para que o sujeito se sinta acolhido, amado e que consiga expressar seus desejos e sentimentos para as pessoas próximas. Através dos resultados obtidos verifica-se a importância do atendimento psicológico a esses sujeitos, dentro de uma instituição hospitalar, pois se encontram fragilizados e deprimidos diante deste fato. Busca-se nestes acompanhamentos visar a conscientização frente à situação da finitude, para que seja possível a mobilização de recursos emocionais para enfrentamento das questões geradoras de sofrimento psíquico.


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