PSICOLOGIA ESCOLAR E ENSINO SUPERIOR: POSSÍVEIS ENCONTROS

Cleimar Luis dos Santos, Pâmela Noronha da Silva, Estéfani Kerolin Betti, Marília Schwab Kessler, Luiza Tamara de Almeida Leal, Moises Romanini

Resumo


O meio universitário é um espaço importante para o desenvolvimento dos jovens, que gera um impacto não somente em sua trajetória de carreira profissional, mas também em sua vida como um todo. Cabe assim pensar que espaço a Psicologia possui nesse contexto e como essa ciência pode auxiliar no saudável desenvolvimento destes jovens. Pensando nisso, buscamos compreender como funciona a intervenção do profissional de Psicologia Escolar nas Instituições de Ensino Superior, obtendo como vivência o Núcleo de Apoio Acadêmico (NAAC) da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), com relatos e experiências de uma Psicóloga do local. O objetivo deste trabalho é compreender, através dos relatos das vivências da profissional de Psicologia, quais as possibilidades e desafios que o Psicólogo Escolar se depara em seu trabalho nas instituições de ensino superior. A partir dos relatos, baseando-se no trabalho realizado pela instituição, o grupo construiria sugestões de intervenções para o local, que pudessem auxiliar no desenvolvimento de suas atividades. Para tanto foram realizados dois encontros com o grupo e a Psicóloga Escolar que atua no NAAC. Nestes encontros foi possível compreender de uma melhor forma o trabalho realizado pelo local. Frente às observações realizadas pelo grupo, percebemos que o local vem desempenhando um bom trabalho dentro da universidade, tomando espaço e atenção de alunos e professores. Porém, o serviço ainda possui algumas barreiras para serem perpassadas, muito alicerçadas na ideia inicial do serviço, de trabalhar a inclusão, e de uma visão dos professores de uma atuação clássica da Psicologia Escolar, pautada nos atendimentos individuais. Além disso, percebemos que o grupo docente entende que o local é um espaço para receber os alunos com dificuldades de aprendizagem, sendo essas dificuldades apenas do aluno, não levando em consideração todos os atores da relação de ensino-aprendizagem. Pudemos perceber também que o Núcleo de Apoio ao Professor (NAP), serviço que presta suporte pedagógico ao corpo docente da instituição, não possui um trabalho interligado ao NAAC para preparação dos professores. Notamos que o NAAC realiza um bom trabalho quando falamos sobre a inclusão dos alunos, mas ainda voltado para um olhar situacional e quando a demanda surge no serviço, seja pela entrada do aluno na universidade, seja pelo encaminhamento do professor. Um dos desejos do NAAC, e visto pelo grupo como uma possibilidade e necessidade, é trabalhar a aproximação com a comunidade e alunos que não possuem uma deficiência, transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação.  Assim, se conseguiria trabalhar de forma integral a inclusão de alunos na universidade. A partir de nossas observações, percebemos como é grande a importância do Psicólogo Escolar no âmbito universitário, pois o trabalho deste profissional vai além de uma escuta individualizada. Ele foca na instituição, na família, na comunidade, abrangendo como campo de atuação, um viés multidimensional. O Ensino Superior é um local de formação acadêmica e acaba tendo grande importância para essa transição profissional e pessoal.  Assim, fica evidente que o trabalho prestado pelo Psicólogo Escolar vem ganhando espaço cada vez maior no meio acadêmico, afinal ele está a serviço da e com a comunidade universitária.


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