As intervenções comunitárias são estratégias para a promoção de melhores condições humanas para os membros da comunidade, e têm como área de atuação os processos de interação entre o sujeito e seu meio social. Nesse sentido, o presente trabalho buscou realizar uma intervenção comunitária na Cooperativa de Catadores e Recicladores da cidade de Santa Cruz do Sul (COOMCAT), que reúne a grande parcela dos catadores e recicladores do município. A presente intervenção ocorreu a partir da aproximação de campo realizada na disciplina de Psicologia Comunitária II. Os relatos obtidos em uma visita de campo descreveram a organização da associação em cooperativa e o processo de definição de uma sede com espaço adequado às necessidades deste trabalho, o qual só existiu, de fato, após a persistência e a luta de alguns dos cooperados. O posicionamento determinado, forte, de amor e admiração ao trabalho ali desenvolvido também é percebido nas falas e na forma como o local nos foi apresentado, evidenciando que maioria dos trabalhadores é feliz com a atividade que desenvolve, apesar de todas as dificuldades ainda enfrentadas para a manutenção da cooperativa. Apesar de as conquistas da cooperativa, uma questão evidenciada em diversos momentos da visita diz respeito à falta de proximidade de grande parte das pessoas e instituições do município, que não conhecem o local e a sua importância para a sociedade como um todo. Nesse sentido, a intervenção na COOMCAT foi pensada como uma tentativa de trazer mais visibilidade à cooperativa. Elaborou-se então um vídeo institucional da cooperativa, tendo como intuito instigar a comunidade a conhecê-la. O vídeo institucional foi gravado e editado pelas integrantes da equipe interventora, o que não gerou custos para a cooperativa. No vídeo, os colaboradores dão algumas dicas de separação dos resíduos e convidam a população a visitar o centro de triagem. Nessas visitas, sugeriu-se, que fossem realizadas rodas de conversa sobre consciência ambiental e formas adequadas de separação dos resíduos domésticos. Compreende-se que, a partir dessa aproximação, as pessoas poderão compartilhar informações com as outras e, aos poucos, tornar essa mudança de hábitos, em uma rotina. Para a equipe interventora, conhecer a realidade desses trabalhadores e da Cooperativa foi de suma relevância na medida em que pode se, de fato, entrar em contato com esse campo, experienciá-lo, escutá-lo em seus desejos e aspirações para, posteriormente, poder pensar sobre ele a partir de uma perspectiva que ainda não era conhecida. Tais reflexões contribuíram de forma significativa, trazendo à tona os desafios imbricados na prática do psicólogo que atua no contexto comunitário.