ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA PARA AUTISTAS: O BRINCAR EM FAMÍLIA ATRAVÉS DO CORPO RELACIONAL

Mariana Hintz Moraes, Guilherme Eduardo Alexsander Gonçalves, Vinícios Saldanha, Sâmara Bittencourt Berger

Resumo


 O Transtorno do Espectro Autista/ TEA é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento infantil caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação, comportamentos repetitivos, agressivos e interesses restritos, podendo apresentar também sensibilidades sensoriais, como hipersensibilidade e hiposensibilidade. Este transtorno afeta o cérebro, alterando a forma como as células nervosas e suas sinapses se conectam e se organizam, interferindo nos receptores, neurotransmissores e receptação de dopamina, serotonina, noradrenalina e ocitocina. Nesse contexto, é possível trabalhar pedagogicamente, junto com os familiares e materiais lúdicos em ambientes favoreçam a estimulação, sensibilização corporal relacional, fazendo com que estes neurotransmissores sejam estimulados através do brincar, do desafio e da solução de problema por meio da psicomotricidade relacional. O projeto de atividade física para autistas tem como participantes crianças/adolescentes com diagnostico de autismo dos municípios do Vale do Rio Pardo. O foco do trabalho é o desenvolvimento neuro-psico-cognitivo-motor por intermédio da ludicidade e de desafios psicomotores e sócio-afetivos relacionais que os façam explorar diferentes formas de brincar, criar, jogar que resultam em um novo olhar para enfrentar as situações cotidianas na/da família, na escola e na sociedade. As sessões tem objetivo de promover habilidades motoras, como coordenação e percepções sinestésicas, entre outras e também a socialização, afetividade, autonomia, controle corporal e estabelecer laços de comunicação com as pessoas, espaços, objetos, seu corpo e as atividades no setting do ginásio pedagógico e na piscina. A metodologia aplicada é ativa e psicomotora relacional com crianças diagnosticadas dentro dos transtornos do espectro autista, envolvendo seus familiares (pais, mães, irmãos, avós) criando assim um vínculo afetivo e harmonioso. São realizadas duas sessões semanais compostas por circuitos de atividades psicomotoras relacionais que acontecem no ginásio pedagógico, com duração de 60 minutos e duas sessões de 60 minutos no meio aquático(piscina). A avaliação dos resultados do trabalho é feita através da observação dos comportamentos corporais interpretando os gestos e os diálogos relacionais deles próprios com o espaço, com os outros, com os objetos e com seu corpo. De acordo com avaliações feitas é possível constatar que as crianças/adolescentes típicas têm um avanço na comunicação, fora e dentro do grupo familiar, melhor compreensão do “não”, se tornam mais independentes, autônomas nas tarefas diárias, apresentam maior conhecimento/desenvolvimento da consciência corporal e em alguns casos uma diminuição da dosagem de medicação. Esse conjunto de mudanças e manifestações decorrentes do brincar relacional com a família torna possível uma melhora para a vida social e familiar do autista. O projeto tem parceria com associação Luz Azul de Santa Cruz do Sul, contemplando as Políticas Públicas de Inclusão Social da UNISC.


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