FLUXO DE ATENDIMENTO À SAÚDE DE USUÁRIOS DIANTE DA HEPATITE B

Alessandro Sulzbacher, Anelise Miritz Borges

Resumo


A hepatite B é uma doença infecciosa viral e contagiosa, de alta transmissibilidade, que desencadeia inflamação das células hepáticas, com potencial necrose destas, gerando alterações clínicas, bioquímicas e celulares. Dessa forma, quanto mais preciso e precoce for o diagnóstico, mais adequado será o tratamento da doença, e um dos mecanismos para triagem da infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) é a realização do Teste Rápido (TR), o qual envolve uma técnica, que permite, de forma simples, ágil e rápida, a detecção do antígeno de superfície do VHB por meio de uma pequena quantidade de coleta de sangue. Tendo em vista que, a maioria das pessoas, desconhecem a sua condição sorológica e os locais na rede de atenção à saúde para efetuar o teste, a rapidez no diagnóstico incide na busca correta pela assistência, o que contribui para um impacto direto sobre a qualidade de vida do indivíduo acometido pelo vírus. Para tal, tem-se como objetivo do trabalho, compreender sobre o fluxo de atendimento à saúde de usuários diante da hepatite B, no município de Santa Cruz do Sul. Trata-se de um estudo epidemiológico e descritivo, conduzido a partir de dados secundários, correspondentes aos anos de 2011 a 2016, junto ao Sistema de Informação de Agravos e Notificação, obtidos no Centro Municipal de Atendimento à Sorologia (CEMAS), da cidade de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Como principais resultados, teve-se que dos 54 casos notificados com VHB no período investigado, as unidades que prestaram atendimento foram: a Vigilância Epidemiológica (38%), CEMAS, (26%), Atenção Primaria em Saúde (APS) (15%), Hospital Santa Cruz (11%), Penitenciaria (8%), Hospitalzinho (1%) e Rede privada (1%). A obtenção dos resultados está diretamente relacionada com a qualidade do preenchimento das fichas de notificação e o encaminhamento das mesmas, pois na maioria das vezes, os TR são realizados na APS, porém, o serviço, por ocasiões, não realiza a notificação do caso e o encaminhamento para o local correto. Para melhor entender o fluxo de atendimento indicado ao usuário diante da hepatite B, estruturou-se um fluxograma, disponibilizado em todos os serviços de saúde mencionados, junto ao município. Ação que busca auxiliar tanto os profissionais de saúde atuantes nestes espaços, como os usuários, a recorrerem com eficiência o seu cuidado em saúde. Logo, o início do processo incide na manifestação dos primeiros sintomas da doença, momento em que o usuário pode recorrer à APS, ao CEMAS ou ao Serviço Privado para realizar o TR, se positivo, o serviço de saúde fará a notificação do caso e encaminhará a ficha de investigação à Vigilância Epidemiológica do município e o usuário ao CEMAS, para ocorrer a investigação do caso, mediante a condução de exames laboratoriais, e após a confirmação de hepatite B, iniciar o tratamento, este inteiramente gratuito e orientado por profissionais habilitados. Conclui-se que além de compreender o fluxo de atendimento à saúde dos usuários com hepatite B, viabilizar um fluxograma às unidades de atendimento, permitiu refletir sobre a capacidade do acadêmico contribuir para o processo de prevenção e promoção da saúde, com informação e segurança. Além de colaborar para uma melhor organização da rede de atenção à saúde do município e agilidade no processo de investigação dos casos. Sem contar, com a possibilidade de reduzir o contágio entre o usuário contaminado e demais pessoas.


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