USO DE DIAGRAMA DE DOR EM PROGRAMA DE RC: UM NOVO CUIDADO
Resumo
Introdução: A fisioterapia é um importante mecanismo de reabilitação para pacientes cardiopatas através do treinamento da musculatura periférica e/ou respiratória. O Programa de Reabilitação Cardiorrespiratória (PRC) do Hospital Santa Cruz (HSC), que integra um grupo de pacientes provenientes de diferentes localidades e com diferentes patologias, busca implementar esses protocolos de treinamento muscular através de exercícios aeróbios e anaeróbios composto por 45 sessões de exercícios físicos, 2 x/semana, após uma avaliação inicial e estabilidade hemodinâmica do paciente. O PRC é assistido por 6 bolsistas extensão, 2 professoras fisioterapeutas e 1 fisioterapeuta assistencial. Apesar do protocolo consolidado, é de fundamental importância conhecer as necessidades de cada indivíduo, respeitando suas limitações, dores e trabalhando para diminui-las. Objetivo: Conhecer as condições de saúde dos participantes, as especificidades do protocolo de exercícios físicos e as limitações decorrentes da dor na implementação do PRC. Métodos: Estudo transversal, tipo estudo de casos, desenvolvido no PRC do HSC com pacientes em tratamento pós cirurgia cardíaca. Estes foram acompanhados a partir dos instrumentos: Diagrama de Corlett e Manenica Adaptado, ficha de acompanhamento clínico e comportamento dos sinais vitais (pressão arterial, saturação periférica de oxigênio, frequência cardíaca, frequência respiratória) e Escalas de Dispneia (dBORG) e Esforço Percebido (eBORG). Resultados: Avaliados 17 pacientes, todos do sexo masculino, idade entre 51 e 74 anos, índice de massa corporal (IMC) variando entre magreza e obesidade, sendo os procedimentos realizados revascularização do miocárdio (n=8) ou troca valvar (n= 9). As atividades do PRC são constituídas de exercícios resistidos com cargas individualizadas por determinação através de teste de 1 repetição máxima realizados com faixas elásticas (tríceps, abdutores de quadril), bola 10 (adutores de quadril), halteres (bíceps braquial) e caneleiras (quadríceps femoral e isquiotibiais). Os exercícios aeróbios são realizados em bicicletas ergométricas (por 30 minutos, com a aferição dos sinais vitais antes, aos 15 minutos e ao final do exercício) levando em consideração o número de batimentos cardíacos por minuto, dBROG e eBORG, e controle da respiração perante os exercícios, sendo que durante a verificação do eBORG inicial corresponde II a III (leve a moderado), durante os exercícios eBORG é considerado entre III e V (moderado a intenso) e após entre II a III (leve a moderado). Após a análise do Diagrama de Corlett e Manenica Adaptado verificou-se maior frequência de dor auto referida: 10 (59%) dos pacientes na região cervical; 10 (59%) dos pacientes na perna esquerda; 9 (53%) dos pacientes na perna direita; 9 (53%) dos pacientes na região lombar e 8 (47%) dos pacientes na coxa direita. Realizou-se educação do paciente para correção das posturas adotadas durante os exercícios e suas atividades de vida diárias, para que se tenha uma redução dos níveis de dores articulares relatadas, bem como, se necessário, redução de carga para diminuição de impacto. Conclusão: O instrumento Diagrama de Corlett e Manenica Adaptado mostrou-se importante para avaliar e pensar sobre os pacientes com relação as suas dores sentidas durante e após exercício, e assim adaptar dos exercícios protocolados conforme a individualidade de cada paciente.
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