INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS E DEMOGRÁFICOS NA TAXA DE INFECÇÃO DE LEPTOSPIROSE NA REGIÃO ENDÊMICA DOS VALES NO RIO GRANDE DO SUL ENTRE OS ANOS DE 2013 E 2017

Gabriela Henckes Weber, Alexandre Jacques Zarpellon, Júlia Werle, Clara Elis Müller Bettin, Daiane Thozeski, Andreas Kohler, Diego Prado de Vargas

Resumo


A Leptospirose ou Síndrome de Weil é uma zoonose de origem bacteriana provocada pela espiroqueta Leptospira interrogans, sendo considerada internacionalmente uma doença de notificação de agravo, transmitida pelo contato com a urina de animais infectados ou água e lama contaminadas pela bactéria. Em 2008, no Rio Grande do Sul, foram confirmados mais de 370 casos da doença, dois anos depois este número aumentou mais de 20%, totalizando mais de 460 casos confirmados em 2010, sempre com destaque para os municípios de Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul. Diante disso, viu-se a necessidade de selecionar a região dos Vales como delimitação de pesquisa já que as cidades com maiores casos são pertencentes à essas regiões. O objetivo do estudo foi estabelecer uma correlação através de análises multivariáveis entre pluviosidade acumulada no período analisado de 5 anos, altitude, densidade populacional em zona urbana e rural e a taxa de infecção da Leptospirose. Verificou-se as variáveis mais e menos impactantes sobre a taxa de infecção, agrupando então as cidades de acordo com a semelhança entre as mesmas. A pesquisa foi realizada na Universidade de Santa Cruz do Sul, de março a junho de 2019, tendo como base inicial pesquisas bibliográficas e periódicos CAPES, posteriormente houve o levantamento do número de casos a partir do banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS, índices pluviométricos da plataforma institucional Climate-data.org e os dados demográficos da plataforma do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –IBGE. Selecionou-se o período dos anos de 2013 a 2017 para a pesquisa dos 65 municípios da região dos Vales. As informações obtidas foram inseridas no Paleontological Statistics – PAST, através do qual foi gerado um gráfico de análises multivariadas por componentes principais - PCA, que permitiu verificar quais variáveis influenciaram ou não na taxa de infecção por Leptospira interrogans. Pôde-se observar que mesmo com a presença de altos índices pluviométricos, em altas altitudes há baixa taxa de infeção, enquanto que para baixas altitudes, mesmo com menores índices pluviométricos há uma maior taxa de infeção, como visto nas cidades de Forquetinha, Mato Leitão, Poço das Antas, Sinimbu, Vale do Sol, Vale Verde e Westfalia. Conclui-se que as variáveis que mais influenciam na taxa de infecção da leptospirose na região dos Vales no Rio Grande do Sul, são as baixas altitudes, médias pluviométricas e a porcentagem da população que vive em zona rural, e a variável menos influente foi a porcentagem da população que vive em zona urbana. Como o estudo ainda é recente, percebeu-se a necessidade de mais análises para validar tais informações.


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