FUNCIONALIDADE DA FAMÍLIA NO COTIDIANO DE PACIENTES ACOMETIDOS DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Resumo
Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma patologia frequente e limitante, tanto em aspectos físicos, quanto sociais, por causar dificuldades significativas em seu cotidiano. Além de afetar os pacientes, a DPOC também tem influência na vida dos familiares e amigos próximos, pois deles vem à rede de apoio que os pacientes necessitam. O Programa de Reabilitação Cardiorrespiratória (PRC) do Hospital Santa Cruz (HSC), que integra um grupo de pacientes com DPOC em diferentes estágios da doença e de diferentes localidades, além de realizar a reabilitação física desses pacientes, tem a importância de avaliar a qualidade de vida dos mesmos, tendo em vista que a qualidade de vida do paciente também tem influência no sucesso da reabilitação. Objetivo: Avaliar a funcionalidade da família no cotidiano de pacientes acometidos por DPOC, através do instrumento APGAR de família, traduzido, adaptado e validado na língua portuguesa. Métodos: Estudo transversal, do tipo estudo de casos avaliou a funcionalidade de família dos pacientes participantes do PRC utilizando o instrumento APGAR de Família, que é um acrônimo, sendo: A= (Adaptation/Adaptação) representando a satisfação do membro familiar com a assistência recebida quando recursos familiares são necessários; P= (Partnership/Companheirismo) compreendido como a satisfação do membro familiar com a reciprocidade nas comunicações familiares e na solução de problemas; G= (Grow/Desenvolvimento) representa a satisfação do membro familiar com a liberdade disponibilizada pela família para mudanças de papeis para alcance de maturidade ou desenvolvimento emocional; A=(Affection/Afetividade) indica a satisfação do membro familiar com a intimidade e as interações emocionais em seu contexto familiar; R=(Resolve/Capacidade resolutiva) representa a satisfação do membro familiar com o tempo compartilhado entre eles. APGAR é composto por 5 questões, uma para cada letra citada, onde “sempre” vale 2 pontos, “algumas vezes” 1 ponto e “nunca” 0 pontos, o que somados resultarão em 0-4 elevada disfunção familiar, 5-6 moderada disfunção familiar e 7-10 boa funcionalidade familiar. Resultados: Foram avaliados 21 pacientes DPOC, com estadiamento entre moderado a muito severo [sexo masculino (n=11; 52,3%); idade média 66,3±10], Foi constatado, através do instrumento que 9% dos pacientes relataram elevada disfunção familiar (3 pontos); 9% dos pacientes relataram moderada disfunção familiar (5 a 6 pontos) e 82% relataram boa funcionalidade familiar (7 a 10 pontos). Dos que relataram elevada e moderada disfunção familiar, os acrômios mais comprometidos (0 pontos) foram “companheirismo”, “afetividade” e “desenvolvimentos Conclusão: Na maioria dos indivíduos foi encontrada uma boa funcionalidade familiar no cotidiano dos pacientes com DPOC participantes do PRC”. Os pacientes que apresentaram maior disfunção familiar estão entre os mais assíduos do programa, podendo ser devido a carência nos aspectos em que menos pontuaram no instrumento aplicado, demostrando, assim, a importância do programa tanto em sua reabilitação física, quanto em seu bem estar.
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