A CONTRIBUIÇÃO DA MEDITAÇÃO GUIADA E DA FITOTERAPIA NO TRATAMENTO DOS DISTÚRBIOS DO SONO EM UM GRUPO TERAPÊUTICO NO MUNICÍPIO DE VERA CRUZ-RS

Elisabete Maria Lovato Eick, Flavia Brasil Dias, Lisoni Muller Morsch

Resumo


Nos últimos anos queixas relacionadas ao sono constituem-se um problema de saúde pública crescente. Pelo menos, um terço da população sofre de algum distúrbio do sono e/ou de sonolência excessiva diurna que podem estar associados à ansiedade. Entre eles, a insônia se destaca, caracterizando-se pela dificuldade em adormecer/manter o sono ou ainda acordar muito cedo e que vem sendo sub diagnosticada e mal compreendida. O desenvolvimento de estratégias de saúde e educação para seu tratamento e prevenção se faz necessária. Como a terapia farmacológica geralmente envolve riscos, como dependência, queda em idosos, entre outros, torna-se imprescindível oferecer uma abordagem não farmacológica através de Práticas Integrativas e Complementares previstas para o SUS e que estejam baseadas em evidências. Desse modo, o objetivo do estudo foi analisar a contribuição da Meditação Guiada e da Fitoterapia no tratamento dos distúrbios do sono em um grupo terapêutico. Através da aplicação de dois questionários, o grupo foi avaliado quanto a qualidade do seu sono (Insomnia Severity Index – ISI) e qualidade de vida (WHOQOL-bref). Aqueles que apresentaram má qualidade do sono foram convidados a participar da etapa de intervenção, onde foram propostas práticas integrativas e complementares: meditação e fitoterapia. A intervenção ocorreu durante 4 meses. Transcorrido o período da intervenção, o grupo respondeu novamente as perguntas dos questionários com intuito de avaliar se houve ou não melhora na qualidade do sono e qualidade de vida. Não houve significância estatística nas variáveis analisadas, porém houve melhora na percepção da qualidade do sono e da qualidade de vida. Do total de 17 participantes, algumas pontuaram ao início da intervenção não ter insônia significativa (29,4%; n=5), ao final, mais participantes relataram melhora (64,7%; n=11). Outras que apresentaram insônia clínica de gravidade moderada ou grave no início (29,4%; n=5), seus scores finais diminuíram para sem insônia clínica (17,6%; n=3) e insônia subliminar (11,7%; n=2). Com relação à qualidade de vida, o Domínio Relações Pessoais apresentou maior média e a menor média foi para o Domínio Físico, isto pode ser devido a maioria das participantes serem aposentadas e possuírem alguma doença crônica. Assim, mesmo não ocorrendo a dispensação das cápsulas do fitoterápico no segundo momento da intervenção, conclui-se que houve melhora da percepção da qualidade do sono e da qualidade de vida. A intervenção contribuiu para empoderar as participantes, mostrando que elas são as protagonistas de suas vidas. 


Apontamentos

  • Não há apontamentos.