GRUPO TERAPÊUTICO NA AAPOT: UM NOVO OLHAR SOBRE A VIDA

Lucas Aprato Barruffe, Denise Vidal, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


O câncer é uma patologia carregada de muito estigma, por vezes é associada a morte, o que nem sempre é uma realidade, pois existe um tratamento, por outro lado o sofrimento é inevitável, ele pode se dar de diversas maneiras, mas existirá, tanto fisicamente quanto psicologicamente. Nessa direção, resolvemos propor um grupo terapêutico, voltado à pacientes que estão em tratamento oncológico e a os seus acompanhantes, que permanecem na casa de repouso da Associação de Assistência a Pacientes Oncológicos e Transplantados (AAPOT) enquanto precisarem realizar o tratamento. Temos a percepção de que, não somente são desafiados pelo diagnóstico e sofrem os portadores de câncer, mas também os seus acompanhantes, que veem os seus familiares ou amigos sentirem as consequências da doença e do tratamento. Diante disso, buscamos compreender qual a percepção que essas pessoas têm de suas vidas, mudadas pelo diagnóstico de câncer bem como de seus familiares/amigos compreendendo como enfrentam esta nova realidade. Visando auxiliar na busca de estratégias para enfrentar o sofrimento, possibilitando um espaço no qual os participantes possam falar acerca da percepção que têm de si e do mundo frente a essa nova realidade, auxiliando-os a passar por esse momento delicado de maneira mais qualificada. O grupo é uma parceria entre o Serviço Integrado de Saúde (SIS) e a AAPOT, sendo realizado por estagiários do serviço e supervisionado pela professora responsável, os encontros ocorrem quinzenalmente, nas quintas feiras da 14 às 15:30 horas, com duração de uma hora e meia, na casa de hospedagem. São feitos combinados com os participantes, colocando os horários do grupo e o sigilo de sua identidade, Caracteriza-se por ser aberto, com um número mínimo de 3 participantes por encontro, proporcionando que mesmo aqueles que cheguem após o horário de início possam participar, sendo que as combinações são reforçadas na entrada de cada novo participante ficando a critério das pessoas hospedadas na casa a participação ou não do grupo. Após a realização do grupo os estagiários também ficam disponíveis para conversar com quem desejar. Nos encontros as falas dos participantes evidenciam o sofrimento que trazido pela descoberta do câncer, sentimento que ameniza conforme vão aprendendo mais sobre a doença; a esperança aparece como uma das principais forças, a fé, mas não necessariamente uma fé religiosa, mas a importância de acreditar em algo, em um futuro, em si, em Deus, no que fizer mais sentido para cada indivíduo; é comum também que os participantes do grupo acabem buscando esquece-se do sofrimento, buscando lembrar apenas daquilo que possa mantê-los fortes. O grupo terapêutico serve como um meio para que os participantes consigam falar tanto de suas forças quanto de suas fraquezas, e com ou auxílio dos estagiários ressignificar seus sofrimentos, para que mesmo estes possam fortalecê-los.

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