TRATAMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO - UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Ingrid Franco Machado, Kiandra Thomé, Angela Cristina Ferreira da Silva, Daiana Klein Weber Carissimi

Resumo


INTRODUÇÃO: A meningomielocele é a falha no fechamento do tubo neural, ela gera deficiência crônica no aparelho locomotor e tem seu início na fase embrionária, aproximadamente na quarta semana de gestação. Esta patologia tem diferentes graus de incapacidade, envolvendo disfunções neurológicas como a Hidrocefalia, mas cerca de 75% dos casos resultam em dificuldades de controle no sistema urinário e intestinal, bem como, de locomoção. Assim os pacientes tendem a fazer uso de órteses e calçados especiais para deambular. Sobretudo a falta de orientação, ou a não utilização de forma correta destes dispositivos, podem ser uma das causas do surgimento de lesões por pressão. OBJETIVO: Descrever a experiência vivenciada por acadêmicas do Curso de Enfermagem e Fisioterapia no atendimento multiprofissional ao paciente com locomoção prejudicada devido a Meningomielocele e lesão por pressão. MÉTODOS: Experiência vivenciada durante as atividades multidisciplinares no Ambulatório de Feridas no Serviço de Reabilitação Física – Universidade de Santa Cruz do Sul. RESULTADOS: O paciente C.F, do sexo masculino, 25 anos, deambula com auxílio de muletas canadenses, tem histórico de Mielomeningocele não especificada, apresenta mobilidade reduzida em membros inferiores e faz uso de órtese em membro inferior esquerdo, bem como, calçados especiais. Desenvolveu lesão por pressão em membro inferior direito na região do hálux a 2 anos. Em março de 2019, após avaliação, o paciente passou a ser atendido uma vez por semana, sendo que o monitoramento da cicatrização foi através da avaliação do aspecto tecidual da lesão e tipo de secreção presente e ainda mensalmente realizado a medição do leito da lesão, e registros fotográficos. Na primeira avaliação a lesão apresentava: cerca de 3 cm de diâmetro e 4 cm de largura; perda parcial da integridade da pele envolvendo epiderme e derme; bordas bem definidas, queratinizadas e aderidas a base da ferida; pequena quantidade de tecido de granulação, pontos de necrose e secreção purulenta em média quantidade. Em relação a região peri lesão encontrava-se hiperemiada e sem presença de edema. Nos atendimentos seguintes foi indicado a aplicação de Papaína 2%, no período de março a maio, resultando em redução do tecido necrótico, sendo desta forma utilizado a Kolagenase. Em julho a lesão apresentava-se, cicatrização significativa medindo 3 cm de comprimento e 1 cm de largura, drenando pouca quantidade de secreção serosa; ausência de hiperemia ao redor da lesão; leito estava coberto com tecido de granulação em grande quantidade; bordas bem definidas e com média quantidade de tecido queratinizado. Todos os atendimentos eram acompanhados pela enfermagem e fisioterapia. No que refere à terapêutica proposta pelos acadêmicos da fisioterapia o tratamento se constituiu na utilização do Laser, com comprimento de onda de 660 nm, frequência de 20 Hz com fluência de 10J/cm² no modo pontual por toda extensão da ferida para estímulo da cicatrização. O trabalho inter e multiprofissional são imprescindíveis para o sucesso do tratamento de feridas, as orientações para o cotidiano dos pacientes são a âncora para o desenvolvimento de hábitos e condutas pessoais para melhora significativa da qualidade de vida, em questão o uso correto de suas órteses evitando o aparecimento de outras lesões e o agravamento da existente. 

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