DEPRESSÃO E IDEAÇÃO SUICIDA EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA
Resumo
O câncer de mama se trata de patologia causada pela multiplicação descontrolada de células anormais da mama, que formam o tumor. Sua causa está associada à diversos fatores de risco, como o envelhecimento, histórico da doença na família e a menopausa tardia (INCA, 2019). Trata-se de uma doença ainda estigmatizada e o diagnóstico pode gera impacto na vida das pacientes, demandando especial atenção ao desenvolvimento de sintomas psicoemocionais tais como o estresse, a depressão e a ansiedade (GONÇALVES; GIGLIO; FERRAZ, 2003; AVELAR et al., 2006; MAGALHÃES FILHO et al, 2006). O presente resumo é resultado das atividades do Estágio Integrado em Psicologia, realizado em um centro de referência em oncologia, e tem por objetivo conhecer e compreender as relações entre o câncer de mama, a depressão e a ideação suicida, sendo utilizada enquanto metodologia para este estudo a pesquisa bibliográfica. É possível perceber que a capacidade de adaptação emocional da paciente em relação ao diagnóstico é multifatorial, envolvendo diversos aspectos emocionais e psíquicos de sua vida, bem como questões relativas à doença, aos sintomas, as possibilidades de tratamento e prognóstico (BÁREZ et al., 2009). Assim, sentimentos de tristeza, pesar e sintomas de ansiedade apresentam-se com frequência e podem ser considerados reações esperadas e naturais frente à doença. Nesse sentido, a ansiedade e a depressão são comorbidades que algumas pacientes oncológicas podem experimentar, desde o diagnóstico, continuando durante e após o tratamento (AVELAR et al., 2006). Conforme Martins et al. (2009) o tratamento para o câncer de mama é fator que acarreta impactos negativos na vida da paciente. Um exemplo disso é a diminuição ou a perda total da capacidade produtiva e laboral das pacientes, uma vez que o trabalho também é constituinte da identidade do sujeito, e o afastamento do trabalho pode levar ao isolamento social, contribuindo para piora de seu estado emocional. Além disso, há tratamentos que podem ser considerados mutiladores, como a mastectomia por exemplo, provocando modificações na autoimagem da mulher e, consequentemente, alterações psicológicas, emocionais e sociais (Makluf, Dias & Barra, 2006). Nesse sentido, entende-se que a relação entre suicídio e depressão é estreita, segundo Corrêa e Barrero (2006) o comportamento suicida é frequentemente considerado um dos sintomas distintos da depressão, mesmo nos grandes sistemas nosográficos de classificação, como o CID 10. O suicídio, assim como a depressão, é considerado um problema de saúde pública, pois se agrava e aumenta a cada dia, de maneira significativa. Ballone (2003) afirma que outros sintomas associados ao suicídio dizem respeito ao severo prejuízo da auto-estima, aos sentimentos de desesperança e à incapacidade de enfrentar e resolver problemas. Conforme a depressão vai se agravando, cada vez mais o desespero aumenta, podendo levar a atos extremos como o suicídio, restando clara a relação entre o tratamento oncológico e as comorbidades psíquicas apresentadas.
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