PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS NOTIFICAÇÕES DE ATENDIMENTO ANTI-RÁBICO HUMANO EM UM MUNICÍPIO DA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL

Tainara Oliveira Barbosa de Oliveira, Luciane Silva Ramos

Resumo


A raiva é uma zoonose viral, caracterizada como uma encefalite progressiva aguda e letal. Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus da raiva, podendo transmiti-la. Isso ocorre quando o vírus da raiva está presente na saliva do animal infectado e penetra no organismo, através da pele ou mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura, mesmo não havendo agressão. Todo atendimento antirrábico deve ser notificado, independente do paciente ter indicação de receber vacina ou soro antirrábico, para isso existe uma ficha específica. No Rio Grande do Sul a doença não é identificada em humanos desde 1981 (caso ocorrido na cidade de Três Passos, na região noroeste do Estado). O presente estudo relata a pesquisa desenvolvida durante a Residência Multiprofissional em Infectologia e Neurologia, da Universidade Franciscana, realizada em um Serviço de Vigilância Epidemiológica. O trabalho teve como objetivo descrever as características das notificações de atendimento antirrábico humano realizadas no primeiro semestre de 2019 em um município da região central do Rio Grande do Sul. O estudo foi realizado através de uma pesquisa quantitativa de caráter descritivo, através da análise das fichas de notificação de atendimento antirrábico humano realizadas pelo município. Foram analisadas 341 fichas de notificação de atendimento antirrábico: 76 de janeiro, 55 de fevereiro, 71 de março, 54 de abril, 47 de maio e 38 de junho. A partir desta análise, observou-se que 207 pacientes eram do sexo feminino e 134 do sexo masculino, mais de 80% dos casos ocorreram na zona urbana, as faixas etárias mais atingidas foram de 21 a 30 anos e maiores de 60 anos, a forma de agressão responsável pelo maior número de atendimentos foi a mordedura em 319 casos, na maioria dos casos as agressões ocorreram nos membros inferiores e de forma única, a espécie animal predominante foi a canina em 262 casos. Em relação ao tratamento, para 114 casos foi indicado a utilização de vacina e em 6 o uso de soro também, ocorreram 25 situações de abandono do tratamento. Orienta-se à população procurar sempre o serviço de saúde em caso de agressão por mamíferos, vacinar anualmente seus animais, evitar tocar em animais estranhos, feridos ou doentes sem proteção, não perturbar animais quando estiverem se alimentando, dormindo ou com filhotes e não tentar separar animais que estejam brigando. Se faz necessário registros adequados de dados nas fichas de notificação sendo fundamental para a detecção precoce de casos e adoção de condutas corretas de tratamento e controle.


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