O sono é essencial para o organismo, pois vários sistemas do corpo humano são regulados pelo sono, sendo que algumas perturbações na qualidade e quantidade de sono estão associadas a disfunções do sistema nervoso central e a alterações metabólicas e cardiovasculares. O ciclo vigília-sono é regulado pela ação de sistemas circadianos e homeostáticos. Estudantes universitários geralmente apresentam sono irregular e oscilações durante a semana e finais de semana, dormindo menos que a população em geral e também sem qualidade de sono. Este grupo apresenta maior risco de desenvolver distúrbios relacionados ao sono, especialmente a sonolência diurna excessiva, o que, consequentemente, poderá interferir no seu rendimento acadêmico e na sua saúde. Este estudo teve como objetivo verificar se os estudantes dos cursos da área da saúde e engenharias têm boa qualidade de sono. A pesquisa foi realizada com estudantes universitários dos cursos das engenharias (n=9) e áreas da saúde (n=11) da Universidade de Santa Cruz do Sul, através de um formulário online para coleta de dados, no período de março a maio de 2019. O questionário foi composto por questões abertas e fechadas, o qual avaliou a auto percepção do sono de cada indivíduo. A amostra incluiu 259 estudantes, sendo que destes 24 não atenderam aos critérios de inclusão e foram excluídos do estudo. Da amostra, 80,85% dos participantes são do sexo feminino, 10,64% utiliza algum tipo de medicamento para dormir, 15,32% se diz insatisfeito com o seu padrão de sono, 22,55% se sente preocupado/angustiado com o sono, 80,85% apresentou algum tipo de insônia. A insônia caracteriza-se por um distúrbio do sono e é comumente relatado por pacientes, porém com pouca importância pelos profissionais da saúde e até mesmo pelas pessoas que sofrem com este problema. Considerando os dados obtidos, a quantidade em horas diárias de sono causa grande preocupação, pois 39,57% dos estudantes dormem menos de seis horas diárias e relatam que aos finais de semana dormem mais. O padrão de sono irregular e as poucas horas de sono, vem sendo significativamente associados ao maior risco de depressão em adultos. Sabe-se que a privação do sono também aumenta o risco de desenvolver sintomas de tristeza e pensamentos negativos. Nesta pesquisa, os estudantes apresentaram distúrbios de sono durante a graduação, especialmente devido a rotina estressante, a preocupação com provas e trabalhos. Sendo assim, sugere-se a utilização de métodos não farmacológicos que possam auxiliar na melhora dessas poucas horas de sono, como as práticas integrativas e complementares (PIC’s). Salienta-se que os problemas relacionados ao sono devem receber atenção especial, pois durante o sono nosso cérebro regula vários sistemas do nosso corpo e restabelece a homeostase celular.