A INFLUÊNCIA DO AUTOCUIDADO NA SAÚDE DO IDOSO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Nestor Pedro Ross, Yasmin Cardoso Martins, Franciele Abich, Laura Nunes Miguel, Carolina Levermann Baptista, Anelise Miritz Borges

Resumo


Para a obtenção do sucesso na ação terapêutica, viabilizada pelos profissionais de saúde, é necessário que o usuário compreenda e pratique o autocuidado, utilizando de elementos que estejam ao seu alcance e visem o bem-estar. O público idoso tem sido um destes grupos populacionais, por representar um grande número e muitos deles, realizarem o seu cuidado em saúde, o que demanda dos serviços, investir na educação e promoção da saúde. Objetiva-se a partir deste trabalho, relatar a experiência de acompanhamento, por meio de visitas domiciliares, do autocuidado em saúde conduzido por uma idosa. Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência vinculado à disciplina de Estudos Interdisciplinares da Família I, pertencente ao quarto semestre do Curso de Graduação em Enfermagem, da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), realizado no período de março a julho de 2019. A referida disciplina busca integração com demais disciplinas do semestre, logo, esta esteve integrada a um caso real advindo da Enfermagem Clínica na Atenção à Saúde do Adulto e do Idoso, desenvolvida junto ao Grupo de Diabéticos e Hipertensos ligados ao Serviço Integrado de Saúde (SIS) da UNISC. Quanto aos preceitos éticos, estes foram considerados, obtendo-se aprovação favorável da usuária como dos responsáveis pelo grupo ao qual a idosa faz parte. Dentre os principais resultados, destaca-se que, a participante possuía 70 anos de idade, era aposentada, ex-etilista, ex-tabagista, hipertensa e diabética, com amputação de quatro artelhos de um dos membros inferiores há quatro anos, decorrente de doença vascular periférica. Possuía dois filhos, mantendo-se um deles mais próximo dos cuidados da mãe. Frente à prática de autocuidado da idosa, foi evidenciado que a mesma não recorria às consultas médicas com frequência, permanecendo meses sem assistência, o que contribuiu à automedicação e à utilização de receitas médicas desatualizadas, especialmente para hipertensão arterial. A usuária interrompeu o uso de insulina por relatar dificuldade na aplicação, que era realizada no abdômen, sendo evidenciada lipo-hipertrofia. Também possuía dificuldade na adequação da ingesta alimentar, consumindo de forma excessiva, glicose e gorduras. Havia o autocuidado com o uso de calçados, diante da amputação já existente, optando pelo conforto, já que apresentou comprometimento vascular periférico decorrente dos elevados níveis de glicose no sangue. Identificado também, uma redução significativa nos valores de glicemia capilar, pois a primeira medida pós-prandial foi de 555 miligramas por decilitro de sangue (mg/dl) e a última 148 mg/dl, o que retratou o impacto positivo do acompanhamento dos acadêmicos de enfermagem. A partir das 19 visitas domiciliares, foi possível auxiliar a idosa na construção de ações em prol de sua saúde, dentre elas, a redução nos riscos da automedicação e alimentação inadequada, os locais e formas devidas de uso da insulina, ingesta de água e cuidados com os pés. Assim, integrar os conhecimentos das disciplinas teóricas às práticas, contribuiu para que os acadêmicos de enfermagem realizassem os planejamentos e intervenções com mais segurança, compreendendo o impacto do autocuidado na vida de uma idosa. 



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