APLICAÇÃO DO LED E DE ALTA FREQUÊNCIA NO PROCESSO DE REPARO TECIDUAL DE FERIDAS DIABÉTICAS EM MEMBROS INFERIORES.
Resumo
As feridas são conceituadas como lesões graves com perda circunscrita ou irregular da epiderme e/ou derme, podendo atingir o tecido subcutâneo e seus tecidos adjacentes. Atualmente, uma das maiores causas do desenvolvimento de feridas é a diabetes mellitus. As feridas diabéticas são comumente associadas com respostas de células imunes defeituosas ou anormalidade da matriz extracelular. O processo cicatricial de feridas é complexo e envolve a organização de células, sinais químicos e matriz extracelular com o objetivo de reparar o tecido. Esse processo de cicatrização possui várias fases: inflamatória, proliferativa e de remodelagem, sendo que esta cascata de eventos pode sofrer interrupção nos casos de feridas crônicas. Como forma de acelerar e otimizar o processo cicatricial a fisioterapia conta com recursos como a fototerapia, que é definida como o uso de níveis baixos de energia da luz para promover efeitos atérmicos e não traumáticos nos tecidos. Nos últimos anos a National Aeronautics and Space Administration (NASA) tem colaborado com diversas pesquisas sobre o uso do LED na reparação de ferimentos, demonstrando resultados seguros e promissores para o tratamento de diversas alterações dermatofuncionais. Outro recurso também utilizado nesses casos é o gerador de alta frequência, que tem capacidade de produzir alterações fisiológicas com efeitos imediatos na prática clínica, provavelmente por sua ação bactericida, antisséptica e anti-inflamatória, as quais podem favorecer a reparação tecidual. Dessa forma, se tem como objetivo apresentar os efeitos a longo prazo, da aplicação de alta frequência e LED 660nm sobre a cicatrização de feridas diabéticas em membros inferiores. Trata-se de um estudo de caso, realizado na clínica escola Fisiounisc, localizada na Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, durante o projeto de extensão do Serviço de Reabilitação Física – SRFis, de 04 de março a 01 de julho de 2019, com paciente S.S., 55 anos, sexo feminino, aposentada, com diagnóstico de diabetes tipo I e apresentando três feridas, localizadas em maléolos mediais de membros inferiores e sobre área lateral de tornozelo e dorso de pé esquerdo. Foram realizados 18 atendimentos, sendo estes distribuídos uma vez por semana. Durante cada sessão, era realizada primeiramente a assepsia das feridas por acadêmica da enfermagem, logo após, era aplicado alta frequência por toda a área das feridas e em seguida, o LED 660nm, com fluência de 8 J/cm², 44 segundos por área de aplicação, ao final do atendimento era feito o curativo por acadêmica da Enfermagem. Para avaliação e acompanhamento da paciente, foram realizadas medidas com fita métrica das 3 feridas e registro fotográfico, nas seguintes datas 29 de abril, 27 de maio, 01 julho de 2019. Constatou-se, redução nas medidas das 3 feridas da paciente, sendo possível atingir uma diminuição de 3 cm quando comparado os valores da primeira avaliação com os valores da terceira. Dessa forma, conclui-se que a terapia proposta pelo programa multiprofissional, mostrou resultados relevantes na redução da área de todas as feridas diabéticas em membros inferiores.
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