EFEITOS DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FISIOTERAPÊUTICOS SOBRE A FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA EM UMA PACIENTE COM DISTONIA DE SEGAWA

Sergio Junior Zonta, Valéria Neves Kroeff Mayer

Resumo


Introdução: A Distonia de Segawa, conhecida também como distonia responsiva à levodopa (DRD) é um tipo peculiar de distonia generalizada progressiva, de natureza hereditária, com início principalmente na infância e adolescência, que provoca alterações na marcha, equilíbrio, postura e coordenação, distinguindo-se pela notável variação de intensidade sintomatológica no decorrer do dia e pela excelente resposta terapêutica à levodopa. Objetivo: Avaliar o efeito de um programa de exercícios cinesioterapêuticos sobre a força muscular respiratória de uma paciente com DRD. Métodos: Trata-se de um estudo de caso, realizado na clínica FisioUnisc, localizada na Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, no período de 12 de abril a 02 de julho de 2019 com paciente do sexo feminino, 23 anos de idade, com diagnóstico de Distonia de Segawa e apresentando como queixa principal cansaço físico ao realizar pequenos esforços. Para avaliação da força muscular respiratória utilizou-se o manovacuômetro digital (MVD 300), através da pressão inspiratória máxima (PImáx) e da pressão expiratória máxima (PEmáx) e o incentivador de volume inspiratório Voldyne®5000ml (Hudson RCI), já o pico de fluxo expiratório (L/min) foi avaliado através do Peak Flow Meter. As coletas foram em posição de sedestação e considerou-se o maior valor entre três medidas realizadas, com intervalo de 1 minuto entre uma e outra. A paciente foi submetida a 19 sessões, realizadas duas vezes por semana no período matutino, com duração de 45 minutos cada sessão, composta por exercícios de fortalecimento de grupos musculares abdominais, estabilizadores de tronco e de membros inferiores, manuseios orientados pelo Método Reequilíbrio Tóracoabdominal (RTA), exercícios respiratórios, exercícios metabólicos, circuitos cinesiológicos funcionais e alongamentos. Resultados: O valor estimado da PImáx e da PEmáx para a paciente em estudo foi de -63,67cmH2O e +103,71cmH2O, respectivamente, entretanto, no pré-tratamento o valor da PImáx foi -44cmH2O e da PEmáx +31cmH2O, sendo estes abaixo do esperado, revelando uma fraqueza muscular respiratória tanto inspiratória quanto expiratória. Após o programa de exercícios fisioterapêuticos ambos os valores aumentaram, sendo PImáx -65cmH2O e PEmáx +56cmH2O. O volume inspiratório avaliado antes do tratamento apresentou um resultado de 3.800ml e após a intervenção este aumentou para 3.950ml. O valor do pico de fluxo expiratório predito para esta paciente é de 440L/Min, e neste caso, os valores tanto do pré como do pós-tratamento foram de 370L/Min, não apresentado nenhuma diferença. Conclusão: Os exercícios propostos ocasionaram melhora sobre a força muscular respiratória da paciente em estudo. Foi possível constatar um aumento no valor das pressões respiratórias máximas e no volume inspiratório no pós-tratamento em relação ao momento pré-intervenção, destacando a pressão inspiratória máxima que atingiu o valor predito para a paciente.


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