CONSUMO ALIMENTAR DE FIBRAS E CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL NUTRICIONAL DE IDOSOS HIPERTENSOS

Mariana Dionísio de Oliveira, Eduarda Meili Da Cas, Daniele Souza Tassoni, Djuliani Karolliny Ziemann, Fabiana Assmann Poll, Francisca Maria Assmann Wichmann, Nestor Pedro Roos

Resumo


Evidências apontam que mudanças no estilo de vida, incluindo alterações nos hábitos alimentares, podem auxiliar na prevenção de complicações em idosos com doenças crônicas não transmissíveis em idosos. Como alternativa para a prevenção dessas doenças, pode ser indicada a terapia nutricional, na qual estão incluídas alterações na alimentação habitual, que visam reduzir o consumo de gorduras, em especial a saturada, e aumentar a ingestão de fibras alimentares na dieta habitual do indivíduo. Padrões alimentares caracterizados por um alto consumo de vegetais e grãos integrais, parecem ter efeito protetor contra o desenvolvimento de hipertensão. O objetivo do estudo foi, analisar o consumo de fibras e avaliar o estado nutricional em idosos com uso de medicamentos anti-hipertensivos do projeto de extensão “Promoção de Modos de Vida Saudáveis nas Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Obesidade: da Infância ao Envelhecimento Humano". Trata-se de uma pesquisa de campo exploratória, descritiva, transversal com abordagem quantitativa. Os participantes da pesquisa foram idosos portadores de hipertensão atendidos pelo projeto referido anteriormente. Realizou-se o levantamento dos prontuários dos idosos atendidos no período de março a julho de 2019. Foram avaliados os recordatórios habituais para a análise de ingestão de fibras alimentar diária dos idosos em uso de anti-hipertensivos. Para a determinação da quantidade dos alimentos através das medidas caseiras fornecidas no recordatório. A dieta habitual da população foi identificada mediante as refeições referidas: desjejum, almoço e jantar. Os dados foram contabilizados e, a partir dos valores encontrados, realizou-se uma análise descritiva do percentual de adequação da fibra alimentar em relação às recomendações propostas pelo guia alimentar para a população brasileira. Os pacientes foram estratificados segundo o índice de massa corporal (IMC), de acordo com a OMS. O projeto “Promoção de modos de vida saudáveis nas doenças crônicas não transmissíveis e obesidade: da infância ao envelhecimento humano”, da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, tem aprovação do Comitê de Ética da universidade sob o número 1.318.470. Foram avaliados 18 indivíduos sendo 77% (n=14) do sexo feminino e 22% (n=4) do sexo masculino, classificando os indivíduos segundo o IMC tendo uma prevalência maior de obesidade (44,4%), sobrepeso (38,8%) e eutrofia (16,6%). A média de idade foi de 69,7 anos. O presente estudo observou baixo consumo, principalmente, de vegetais, leguminosas e cereais, não sendo consumidos devido ao alto custo dos produtos, e assim não atingem a quantidade recomendada. Observou-se então o que mais foi consumido por eles: o grupo dos cereais e derivados (raízes, tubérculos e derivados, as hortaliças, as frutas e as leguminosas). Entre os alimentos, o feijão foi a maior fonte de fibra da dieta habitual. O consumo de fibras totais (g/dia) foi de 41,46g em eutróficos, 16,84g no grupo de sobrepeso e 26,2g nos obesos. A média de consumo de fibras entre os indivíduos foi de 23g/dia, sendo 50% dos indivíduos ingerem menos do recomendado, 27% adequados a recomendação e 23% acima da recomendação. Os resultados encontrados apontam a existência de práticas alimentares que levam a baixo consumo de fibras alimentares. É possível inferir que a média do consumo de fibras dos idosos avaliados é inadequado, prevalecendo entre os idosos com excesso de peso. 


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