DIFERENTES TÉCNICAS DE MACERAÇÃO UTILIZADAS NA CONFECÇÃO DE MATERIAIS OSTEOLÓGICOS PARA ANATOMIA ANIMAL

Clara Elis Müller Bettin, Julia Strey, Rovian Francisco Ristow, Ketlin Streck Glashorester, Andreas Köhler, Diego Prado de Vargas

Resumo


A confecção de materiais osteológicos didáticos, como ossadas e esqueletos, contribui muito no aprendizado da Anatomia Animal, já que permite o manuseio e melhor visualização de estruturas anatômicas. Para a extração dos esqueletos de vertebrados são utilizadas diversas técnicas que envolvem processos mecânicos, biológicos e químicos, aplicados isoladamente ou combinados. Os processos mecânicos eliminam manualmente, com auxílio de pinças e bisturis, os tecidos moles como músculos, cartilagens, articulações, gorduras e órgãos. Um dos processos biológicos é a maceração por Dermestes, que são besouros da família Dermestidae, que tanto na fase adulta quanto larval, se alimentam de carne residual, couro, pelos e penas de carcaças secas de animais. Nesse procedimento, os organismos promovem a retirada de tecidos com eficiência e sem risco de danificação das peças, porém o processamento é mais demorado. Já os processos químicos são normalmente mais agressivos, pois são usados peróxido de hidrogênio em diversas concentrações. Tais métodos foram utilizados em conjunto na confecção das peças didáticas durante o ano de 2018 e primeiro semestre de 2019 para serem usufruídas durante as aulas práticas de Anatomia Animal do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. Inicialmente, era feito uma limpeza prévia dos cadáveres, através da maceração mecânica e, em seguida, esses eram submetidos à fervura por algumas horas em água com detergente, para posteriormente remover o restante dos tecidos aderidos aos ossos. Através da maceração biológica com dermestídeos eram retirados o restante dos resíduos das ossadas e, para isso, foi feita a lavagem das ossadas com álcool 96° GL e, posteriormente, a secagem em estufa entre 30 e 60ºC. Depois disso, os materiais juntamente com algodões e os besouros, foram acondicionados em caixas plásticas das quais uma parte das tampas foram substituídas por telas de nylon com o objetivo de ventilá-las. Para o clareamento das ossadas, essas eram armazenadas em outras caixas plásticas e imersas em solução de peróxido de hidrogênio (H2O2) 10 volumes até atingirem a tonalidade desejada. Após o branqueamento, foi realizada a lavagem dos ossos em água corrente e, em seguida, a secagem destes em estufa novamente em temperaturas entre 30 e 60ºC. Para finalizar, os esqueletos eram montados e adicionados à Coleção Anatômica do Curso de Medicina Veterinária. É importante ressaltar que todos os cadáveres recebidos pela universidade estavam acompanhados de um termo de doação através do qual o doador consentia que o animal fosse utilizado para fins didáticos. A finalidade do presente trabalho é distinguir as diferentes técnicas de maceração, assim como explicar o processo utilizado na confecção dos materiais didáticos para aulas de Anatomia Animal do curso de Medicina Veterinária da UNISC. Por fim, nota-se que o conhecimento das diferentes técnicas de maceração utilizadas na confecção de materiais osteológicos para anatomia animal é muito relevante, pois propicia ao preparador escolher o melhor método a ser aplicado em cada cadáver, para que esse possa ser preparado adequadamente de uma forma que o resultado final seja o melhor possível e para que o material dure mais tempo.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.