A EMBOLIZAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA NO TRATAMENTO DE TUMOR VERTEBRAL DE C5: RELATO DE CASO

José Augustinho Mendes SAntos, Josiane Saldanha Borba, Itagira Manfio Somavilla, Catiele Piccin, Julia Otesbelgue Moraes, Mari Ângela Gaedke

Resumo


Os tumores hipervascularizados são descritos pela literatura como sendo os paragangliomas, angiofibromas juvenis da nasofaringe, meningiomas, hemangiomas, metástases e hemangioblastomas. Assim, o procedimento de embolização tem sido utilizado como facilitador para o tratamento cirúrgico de retirada do tumor, tendo em vista seus benefícios, ou seja: favorece a diminuição do sangramento transoperatório e contribui para a diminuição de lesões de estruturas adjacentes, como artérias carótidas e nervos regionais. Objetivou-se relatar o tratamento realizado em um paciente portador de um tumor vertebral de C5 metastático, com ênfase na utilidade da embolização intra-arterial pré-operatória e descrever a assistência de enfermagem prestada. Trata-se de um relato de experiência no acompanhamento a um paciente num Centro de Terapia Endovascular de Hospital de Ensino, a partir de vivências de residentes de enfermagem de Programa de Residência Multiprofissional e acadêmicas do 10º semestre de curso de Graduação em Enfermagem. Paciente masculino, R.K, 74 anos, com queixa de dor radicular no membro superior esquerdo associada a déficit funcional da raiz de C5. Histórico de hipertensão, dislipidemia, prótese de quadril esquerda há oito anos e biopsia renal há três anos. Nesta internação, realizou exame de ressonância, a qual foi sugestiva de processo expansivo, sendo indicado pelo neurologista assistente oclusão da vertebral esquerda por via endovascular. O paciente foi submetido a procedimento de embolização intra-arterial, sob sedação assistida, por punção da artéria femoral direita, com anestesia local e introdução de bainha 5-F. Após realizar o cateterismo do vaso nutridor da tumoração, foi realizada embolização, utilizando 7 coils. O procedimento foi realizado sem intercorrências e o paciente foi encaminhado para UTI. Evoluindo de forma satisfatória, aguardaria internado para realização da ressecção cirúrgica da massa cervical. A ressecção do tumor é a terapia definitiva tendo em vista que, se não retirado, crescerá indefinitivamente tornando o ato cirúrgico complicado já que, esses tumores caracterizam-se por alta vascularização e aderência às estruturas circunvizinhas. Sabe-se nesse interim, que a embolização não é isenta de complicações, podem ocorrer, por exemplo, lesão dos nervos cranianos, Acidente Vascular Cerebral. Em relação à atuação da Enfermagem, faz-se algumas considerações acerca do plano assistencial que objetivou assisti-lo holisticamente, promovendo o conforto e bem-estar, considerando suas particularidades, limitações e meio familiar envolvidos no processo de adoecimento. Outros cuidados também são necessários, por exemplo: monitorização hemodinâmica, respiratória e metabólica, que contribuem para prevenir complicações potencialmente fatais. Destaca-se, a partir do exposto, que a realização da embolização pré-operatória tem refletido na diminuição das complicações operatórias como as hemorragias e tem diminuído a mortalidade e sequelas nos pacientes, sendo a atuação do Enfermeiro junto à equipe multidisciplinar fundamental.

 

 


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