PESO AO NASCER DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM SOBREPESO E OBESIDADE ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO VIDA LEVE/UNISC
Resumo
O peso ao nascer tem sido muito associado a um fator de risco para doenças não transmissíveis na vida adulta, como hipertensão arterial, coronariopatias, diabetes e também a obesidade. As principais evidências remontam da Segunda Guerra Mundial, quando ocorreram vários casos de restrição calórica pela falta de alimentos, fato que ocasionou grandes alterações na gestação e vida intrauterina de mulheres gravidas, gerando filhos com baixo peso ao nascer. Porém, nos dias atuais, o alto peso ao nascer também se mostra como fator de risco para esta gama de doenças. Um dado alarmante, já que a obesidade vem crescendo exponencialmente no mundo todo. Por isso, é de suma importância que as equipes de saúde identifiquem os fatores de risco a fim de atuar na promoção e prevenção de doenças, identificando e classificando o peso ao nascer de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade, atendidos num ambulatório multiprofissional de saúde. Trata-se de um estudo transversal, com dados coletados nos prontuários dos pacientes atendidos entre os anos de 2015 a 2019 inseridos no Ambulatório Vida Leve. O ambulatório é composto por uma equipe multiprofissional de professores e acadêmicos da área da medicina e nutrição que faz parte do projeto “Promoção de modos de vida saudáveis nas doenças crônicas não transmissíveis e obesidade: da infância ao envelhecimento humano”, desenvolvido junto ao Serviço Integrado de Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul/RS. As variáveis do estudo foram o peso ao nascer, o sexo e idade, coletados na primeira consulta ao ambulatório através de ficha de consulta padrão. O peso ao nascer foi obtido retrospectivamente pelo familiar acompanhante. A análise dos dados foi descritiva. Analisaram-se os dados de 123 crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade, com idades entre 1 ano e 17 anos, sendo 50,4% do sexo feminino. Com relação ao peso ao nascer, verificou-se que 59,34% (n= 73) se encontraram entre os percentis >10 e <90 (2500kg-3800kg), ou seja, adequado para a idade gestacional; 19,51% (n=24) com percentil > 90 (>3800kg), grande para a idade gestacional; e apenas 5,69% (n= 7) foram classificados com percentil < 10, 5,69% (<2500kg), pequeno para a idade gestacional. Não souberam responder 15,44% (n=19) dos pacientes. A partir dos dados obtidos, conclui-se que a maior parte dos pacientes apresentaram peso adequado ao nascer, que é um achado positivo, visto que tanto o baixo quanto o alto peso ao nascer tem relação com obesidade já bem descritas na literatura científica. O que nos permite refletir sobre a presença de outros fatores ambientais familiares, tais como hábitos de alimentação e exercício físico, aos quais as crianças e adolescentes estão expostas, já que estão na condição de excesso de peso. Esses fatores representam importante risco para obesidade e sua manutenção, bem como suas repercussões a saúde e qualidade de vida.
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