De acordo com a literatura, existe uma analogia entre pessoas idosas e uma pior condição de saúde bucal, assim como condições sistêmicas mais graves. Este fato se deve à maior expectativa de vida da população. Uma saúde bucal insuficiente apresenta grande relação com a desnutrição, evidenciando a importância da criação de estratégias para uma melhor condição de saúde bucal e a inclusão de exames odontológicos durante a avaliação do idoso. Estudos apontam que existe um aumento da colonização de bactérias na região da orofaringe em pacientes idosos alimentados via sonda, devido a uma incorreta higiene bucal, diminuição na salivação e presença de saburra lingual. Tal aspecto aumenta o potencial de risco destes pacientes apresentarem pneumonia por aspiração. Já algumas pesquisas relatam que a realização de higiene bucal diária em pacientes com sondas, reduziu a incidência de pneumonia aspirativa. A presença do cirurgião-dentista é apontada como indispensável para supervisão do paciente no ambiente hospitalar e preparação dos profissionais de saúde que circulam neste ambiente. A ação nociva de microrganismos e nichos bacterianos, contidos na cavidade bucal, ao entrarem na corrente sanguínea, podem potencializar os riscos para instalação processos inflamatórios e infecciosos ou agravo daqueles preexistentes. O objetivo deste trabalho é avaliar a condição de saúde bucal em idosos hospitalizados com via alternativa de nutrição. Para isso será realizado um estudo transversal em um hospital de ensino no Sul do Brasil, após a aprovação no comitê de ética e pesquisa Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. A coleta de dados será realizada de agosto a novembro de 2019, com todos os idosos com via alternativa de nutrição que estiverem internados no hospital no período de coleta, através da aplicação de um questionário e avaliação da condição de saúde bucal. O estado da saúde bucal interfere na condição geral do paciente hospitalizado. A presença de restos radiculares, focos infecciosos, gengivites e infecções são capazes de intensificar as patologias, gerando uma piora na qualidade de vida do paciente, podendo causar bacteremia transitória e infecções sanguíneas nos pacientes debilitados. Diante de pacientes idosos hospitalizados e sondados, o cirurgião-dentista no ambiente hospitalar, poderá orientar a equipe de enfermagem como realizar a higiene bucal correta, mostrando os materiais necessários, técnicas e cuidados. Os procedimentos odontológicos realizados no hospital, são considerados de mínima intervenção, como remoção mecânica da placa dentária e saburra lingual, higienização das próteses, procedimentos que podem ser realizados pela equipe de enfermagem. O presente estudo pretende apresentar novas evidências cientificas sobre o tema e fornecer dados para que o hospital institua medidas práticas que visem a melhores condições de saúde bucal dos pacientes idosos com via alternativa de nutrição, impactando diretamente no tempo de internação destes, assim como redução dos custos hospitalares.