ATIVIDADES PRÁTICAS NA VISÃO DO ALUNO COMO GERADORAS DA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Kethlyn Kinberly Vojahn, Carolina Landskren, Alexandre Rieger

Resumo


Atualmente, o ensino de Ciências de escolas públicas é realizado predominantemente em aulas expositivas em detrimento de atividades práticas. Existe uma preocupação que os conteúdos sejam passados de acordo com conteúdo do livro didático. Assim, temos muito do modelo “copia e responde” ou do, “cópia e cola” sem relações e contextualização com a vida do estudante. Dessa forma, não é possível ao estudante construir a sua compreensão sobre o assunto e gerar um aprendizado significativo, pois o conteúdo não se apresenta nem como importante, nem como instigante para a sua realidade. As causas disso variam desde a falta de estabilidade docente, necessidade econômica de maximizar o número de alunos em aula, falta de tempo para preparação e adequação de um bom plano de aula, falta de infraestrutura e até a falta de motivação pessoal percebida, pois o docente não vê o retorno da sua dedicação muitas vezes. Nesse contexto, devemos lembrar que as atividades práticas no ensino de Ciências representam uma metodologia capaz de gerar diferenças significativas na formação do aluno, na sua capacidade de aprendizado e formação do pensamento científico. Ainda, devemos lembrar que práticas no ensino de ciência não são necessariamente atividades de experimentação laboratorial, mas sim podem resultar de observação do meio, de pesquisas e entrevistas, da experimentação fora do laboratório ou uso de laboratórios virtuais entre outras. Importante é que sejam desenvolvidas e utilizadas para construir conjuntamente com o aluno um aprendizado significativo, não permitindo a acomodação do aluno em relação à atividade. O objetivo do presente estudo foi avaliar a importância de atividades práticas na área do ensino de Ciências através de entrevistas em turmas que vivenciaram estas atividades desenvolvidas e aplicadas pelos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Durante a vivência escolar, os "pibidianos" desenvolveram atividades práticas para contribuir no ensino-aprendizagem do aluno, desde propostas simples aplicadas dentro da sala de aula, tais como coleta de dados, de imagem e palavras utilizadas em dinâmicas de associação e também em jogos pedagógicos. Também foram desenvolvidas atividades no laboratório de microscopia que continuaram em sala de aula convencional com o resgate do conteúdo trabalhado através de questionários e desenvolvimento de pesquisas. Estas atividades foram aplicadas com alunos da 8ª série de escolas participantes do PIBID-UNISC do subprojeto Ciências da Natureza. Nestes alunos foram aplicados questionários contendo perguntas relacionadas às atividades práticas, nas quais os estudantes descreveram de forma anônima suas opiniões sobre o referido assunto. Foram coletadas e analisadas respostas de 25 alunos. Destes, cerca de 68% responderam que a realização de atividades práticas como ferramentas de apoio para a construção do conhecimento foi importante na sua formação. Referente ao modelo de ensino utilizado pela professora, 95% dos alunos responderam ser construtivista, contudo, muitos alunos destacaram que ocorre uma bagunça coletiva e que conversas paralelas acabam interferindo na realização de atividades práticas prejudicando as mesmas. Desta forma, pode-se inferir que atividades práticas são muito importantes na formação do aluno do ponto de vista dele, contudo, quando estas metodologias não são adequadamente abordas, podem refletir em uma perda do seu propósito tornando a atividade vazia de aprendizado.


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