Dentre os projetos de extensão universitária, está o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (PRÓ-SAÚDE), que realiza ações de promoção e prevenção de saúde através de atividades que aproximam os graduandos de diversos cursos da saúde aos serviços públicos. Enquanto atividade de extensão realizada pelos bolsistas, frente às demandas de um serviço especializado no atendimento à sorologia do município de Santa Cruz do Sul, está a busca ativa de usuários que abandonaram o tratamento do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Entende-se que para um melhor prognóstico do tratamento é necessária a adesão rigorosa aos antirretrovirais, tendo em vista que a irregularidade na tomada do medicamento ou seu abandono aumenta a probabilidade da replicação do HIV, bem como a disseminação de vírus multirresistentes. No país, a taxa de mortalidade pela patologia teve uma diminuição significativa, assim como em relação à transmissão vertical do HIV, quando o bebê é infectado durante a gestação. Relatar o processo de busca ativa a usuários soropositivos que abandonaram o tratamento antirretroviral contra o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em um serviço especializado do município de Santa Cruz do Sul. Um estudo quantitativo, de cunho descritivo, realizado por bolsistas do PRÓ-SAÚDE e duas acadêmicas de enfermagem, no Centro Municipal de Atendimento à Sorologia (CEMAS) de março a julho de 2019. Enquanto etapas para realizar a busca ativa, primeiramente, foi solicitada à Farmácia do CEMAS a lista dos usuários que teriam abandonado o tratamento para HIV. Em seguida, procurou-se no prontuário manual e/ou no Sistema Fly Saúde pelos números de telefone atualizado dos usuários que se encontravam em abandono, para posteriormente entrar em contato com cada um deles através de ligações. Entre o período de maio a junho de 2019, evidenciou-se que 143 usuários haviam abandonado a terapia antirretroviral, sendo 82 (57%) do sexo masculino. Destes, 2 usuários foram a óbito e 16 foram referenciados para Rio Pardo. Todos os números telefônicos dos pacientes faltosos foram identificados, via prontuário ou sistema Fly Saúde e as ligações foram realizados para todos. Porém, muitas vezes, o número não existia ou a ligação ia direto para a caixa postal. No total, nove usuários atenderam as ligações realizadas pelas acadêmicas através do serviço e mostraram-se dispostos a retornar ao tratamento antirretroviral, sendo agendado para esses usuários consultas com os médicos que atuam no CEMAS. Destes, quatro compareceram a consulta e receberam os encaminhamentos necessários para retornar ao tratamento. Essa atividade possibilitou que usuários que estavam em abandono do tratamento para HIV retornassem ao serviço. Durante as ligações ouvimos as histórias, os anseios e os medos daqueles que nos atenderam e puderam falar. Quanto às recomendações, salienta-se a importância de se manter os dados cadastrais dos usuários atualizados, porque um dos itens mais difíceis desse plano de ação foi o de encontrar os números atualizados e que fossem compatíveis com os usuários que haviam abandonado o tratamento. Ressalta-se ainda, que essa ação está alinhada com a meta 90-90-90, de 2020, em que é fundamental a continuação do tratamento para esses usuários ao Centro Municipal de Atenção às Sorologias (CEMAS).