GRUPO DE CAPACITAÇÃO PARA CUIDADORAS DA COPAME: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Diorginis Luis Fontoura da Rosa, Gabriela Cristine Back, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


O presente trabalho consiste em um relato da prática desenvolvida ao longo do Estágio Integrado em Psicologia I, cuja proposta é descrever a realização de um Grupo de Capacitação com as cuidadoras da Associação Comunitária Pró-Amparo do Menor (COPAME). O acompanhamento do grupo consistiu em uma prática de Ação em Saúde, sendo esta atividade parte integrante das tarefas obrigatórias do estágio iniciado no primeiro semestre de 2019. O grupo reuniu-se quinzenalmente sempre às quartas-feiras no período da tarde com a duração de uma hora, conduzido por uma dupla de estagiários de duas abordagens terapêuticas diferentes: a Terapia Sistêmica e a Cognitivo-Comportamental, orientados pelas suas respectivas supervisoras de estágio. Ao todo completaram-se sete encontros em formato de roda de conversa, com uma troca de informações e experiências, visando compreender aspectos subjetivos e contextuais. No primeiro contato buscou-se estabelecer uma vinculação com todas as participantes, para em seguida, traçar algumas combinações para o andamento do grupo. As atividades propostas possibilitaram promover discussões de temas definidos através de necessidades advindas do grupo, levando em conta que em alguns encontros foram realizadas dinâmicas pré-elaboradas. Esta forma de trabalho proporcionou um espaço de interação do grupo, troca de saberes e debates acerca de assuntos relevantes para as integrantes. Ao final de cada encontro, abria-se um espaço para reflexão do grupo, oportunizando um novo olhar, uma nova perspectiva a respeito das temáticas abordadas, assim, ampliando a compreensão sobre os assuntos sugeridos. Ao final das atividades pode-se concluir que o grupo em questão se encontra bastante fragilizado no que diz respeito à valorização do empregado, havendo questões de atravessamentos institucionais e, ainda, uma necessidade de apoio maior e qualificado permanente. Pois as cuidadoras não se sentem valorizadas pelo seu trabalho. Em relação aos menores institucionalizados, sentem que não sabem como conduzir e o que abordar em diversas situações em relação ao comportamento e adversidades relativas à fase de desenvolvimento dos mesmos. Sabe-se que a maioria chega no serviço em risco de vulnerabilidade, uma história de dor, sofrimento, medo e angústia. É possível relacionar a prática dessas cuidadoras com seus próprios valores e entendimentos de vida, causando diversos atravessamentos que por vezes dificultam suas condutas profissionais. Outro fator pertinente durante os encontros diz questão à carga de trabalho, pois o cuidado é uma tarefa que exige muito delas, tanto fisicamente quanto psicologicamente, e sentem-se afetadas por diversos motivos. O que torna o ambiente sobrecarregado e negativo, inviabilizando um bom atendimento para as crianças e adolescentes, assim como uma maior tranquilidade no ambiente de trabalho. Neste grupo, o papel da psicologia  consistiu na promoção de um espaço de escuta, com momentos de reflexões para as cuidadoras acerca de seu papel institucional e profissional, facilitando a compreensão e diminuição frente às angústias emergidas no cotidiano de trabalho, através da conscientização, da psicoeducação sobre as temáticas elaboradas e do manejo diário no trabalho de cuidar, educar.


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