O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA PARA ALUNOS SURDOS – PIBID LINGUAGENS

Josiane Machado Melo, Thayna Karoline dos Santos Schiefferdecker, Karen Andressa Teixeira Santorum

Resumo


Expomos as experiências vividas e os desafios enfrentados no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência/PIBID, durante 2019, por meio do Subprojeto de Língua Inglesa da Universidade de Santa Cruz do Sul/UNISC. O programa foi fundado no ano de 2007 pelo Ministério da Educação (MEC) e implementado pela CAPES, tendo grande importância para a formação de professores, pois proporciona ao discente a oportunidade de conhecer e vivenciar a realidade das escolas públicas de educação básica de seu município, colocando em prática o que aprende em seu curso, bem como identificando possíveis problemas no processo de ensino-aprendizagem. Atuamos na Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora do Rosário, sendo ela uma referência regional para a educação de surdos em Santa Cruz do Sul. Dessa forma, trabalhamos com duas turmas de Educação para Surdos, sendo uma delas uma classe multisseriada de sexto e sétimo ano, e a outra uma turma de oitavo ano, e por serem ao total 11 alunos, isso facilitou a maior dedicação na percepção das dificuldades específicas de aprendizagem de cada estudante. O primeiro desafio com o qual nos deparamos foi a questão da surdez e o nosso despreparo para com isso, pois durante as nossas aulas, no Curso de Letras, há um grande enfoque na questão oral da Língua Inglesa (LI), envolvendo as habilidades de speaking e listening, e não há uma preparação para as especificidades do ensino de LI para alunos surdos na formação de professores de Língua Inglesa. Durante as reuniões semanais do PIBID, discutimos em conjunto como iríamos proceder com as aulas, para isso passamos a pesquisar mais sobre a realidade da comunidade surda, o que incluiu a leitura de uma tese de doutorado de Maria Clara Corsini Silva, cujo título é Aprendizagem da Língua Inglesa como terceira língua (L3) por aprendizes surdos brasileiros: Investigando a transferência léxico-semântica entre línguas de modalidades diferentes e do livro LIBRAS? Que língua é essa? de Audrei Gesser, entre outros. De acordo com a tese, em nossa sociedade cada vez mais globalizada, é necessário possuir conhecimento de uma língua estrangeira, principalmente a Língua Inglesa, considerada uma língua franca. Desse modo, assim como os ouvintes, os surdos também devem ter seu direito de aprender uma língua estrangeira respeitado e posto em prática. No entanto, existe muito o que se pesquisar quanto aos processos envolvidos na aquisição e no ensino de uma terceira língua para indivíduos surdos, sendo esse fato o nosso maior desafio. O segundo desafio que enfrentamos possui relação com a falta de investigação acerca deste assunto, o que dificulta durante a procura por materiais e formas eficazes de obter êxito no ensino de LI aos estudantes surdos, tendo em vista que esta passa a ser uma terceira língua para eles, pois esses alunos já são considerados bilíngues, já que possuem a Libras como língua materna e a Língua Portuguesa como segunda língua. Apesar das dificuldades encontradas, essa foi uma excelente oportunidade de vivência em sala de aula, e assim comprovamos a importância do PIBID para a formação de professores, pois o programa possibilita o contato com diferentes contextos e realidades para os discentes, que os prepara para o que virá, já que a prática nem sempre condiz com a teoria. Sendo assim, é importante mostrarmos a sociedade, começando pela nossa cidade, a importância que este programa possui, visando a uma união para que ele não seja extinto futuramente.

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