Nas duas últimas décadas, a Computação passou a ser considerada tão fundamental quanto o letramento e as habilidades matemáticas. Assim, a alfabetização tecnológica deixou de ser apenas um meio de entretenimento e se tornou uma ferramenta de domínio obrigatório para o ingresso no mercado de trabalho. Em julho de 2017, a Sociedade Brasileira de Computação publicou a primeira versão dos Referenciais de Formação em Computação, propondo que a utilização do Pensamento Computacional e a inserção no Mundo Digital sejam parte da matriz curricular da educação básica. Considerando tal contexto, o Projeto de Extensão Unisc Inclusão Digital (UID), da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), possibilita a atualização de profissionais, assim como a inserção dos jovens no mercado de trabalho. O presente trabalho relata as experiências com duas turmas da oficina Mercado de Trabalho: Informática, ofertadas no primeiro semestre de 2019. As oficinas ocorreram ao longo de oito encontros, com duração de uma hora e trinta minutos, totalizando doze horas de atividades nas dependências da Universidade. Foram contempladas habilidades de uso cotidiano do computador, dando ênfase a programas mais utilizados no meio laboral. Os conteúdos abordados foram: o funcionamento básico do computador, navegação pelo sistema de pastas do Windows, treino de uso dos periféricos e criação de currículo através da ferramenta Microsoft Word, criação e alteração de tabelas no Microsoft Excel, apresentação de slides através de PowerPoint, dicas de navegação segura na Web, criação de e-mail e uso do Google Drive. No início das atividades, constatou-se expressiva dificuldade na utilização das tecnologias através de relatos de alunos e da realização das atividades. No decorrer das aulas, houve o acompanhamento individual dos alunos que apresentavam maior dificuldade, sendo possível notar, ao final do primeiro semestre, a melhora destes. Os estudantes que nunca tiveram contato com a tecnologia já tinham domínio das funções básicas, como ligar/desligar, uso do mouse e digitação; já os demais conseguiram dominar todas as habilidades da oficina. Para o próximo semestre, será realizada uma divisão entre turmas para alunos de nível intermediário e iniciantes. Isso possibilitará melhor aproveitamento dos estudantes durante as oficinas, sendo possível abranger mais conteúdos e dar ênfase às dúvidas e dificuldades individuais de cada participante. Além disso, ao conhecer e dominar uma gama maior de tecnologias, a autonomia para o aprendizado passa a ser maior, tornando o indivíduo um futuro autodidata. Com a ocorrência do projeto, pretende-se ampliar os horizontes de atuação profissional dos jovens, colocando-os frente a frente com a realidade laboral. Conforme relatos de alunos, o projeto é de vital importância para a atualização e reinserção de adultos no mercado de trabalho.