POSSIBILIDADE DE DESACOPLAR E ACOPLAR UMA BARRA ESTABILIZADORA DE DENTRO DO COCKPIT DO VEÍCULO, OFF-ROAD TIPO BAJA

Andrei de Lima Wendler, Helmano Luis Burin Moreira, Lucas Adriano Bauer, Alisson Jank, Fernando Sansone de Carvalho, Flavio Thier

Resumo


A SAE (Society of Automotive Engineers) organiza ao redor do mundo, inclusive no Brasil, competições estudantis, como o programa BAJA, que possuem como objetivo possibilitar aos estudantes de engenharia das universidades conceituar, projetar, fabricar e validar, de acordo com um regulamento imposto pela SAE, um protótipo de veículo off-road, podendo assim executar na prática o conhecimento adquirido em sala de aula, e melhor prepará-los para os desafios que enfrentarão atuando como profissionais da área. A equipe Baja de Galpão é a equipe representante da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. Destaca-se que a equipe já foi campeã da competição Baja SAE Brasil – Etapa Sul no ano de 2016, disputada em Passo Fundo – RS e vem se mantendo entre as 5 melhores equipes da competição desde o ano de 2015. Devido à relevância que o projeto representa entre os estudantes de engenharia de todo o país, busca-se sempre aperfeiçoar o protótipo, de tal forma a alcançar maiores patamares tanto para a equipe quanto para a universidade. Visando uma melhoria no comportamento dinâmico lateral, foi proposto e executado o projeto de uma barra estabilizadora no protótipo anterior, corroborando com o objetivo de atingir o comportamento sobre-esterçante. De fato, o veículo teve um aprimoramento significativo em situação de curva, contudo o conforto do ocupante foi comprometido. Mesmo utilizando uma suspensão independente na traseira, a barra cria uma conexão entre as duas rodas. Sendo assim, todo impacto sofrido por um dos lados será transmitido ao outro, ou seja, maiores frequências serão transmitidas ao piloto. Como o veículo é submetido na competição a uma série de obstáculos desafiadores, é importante que ambas as rodas traseiras estejam em contato com o solo na maior parcela de tempo, visto que esse é o eixo tracional. A barra estabilizadora nesses casos é problemática, pois caso um lado da suspensão estiver em curso de compressão, consequentemente o lado oposto apresentará o mesmo comportamento. Dessa forma, não há uma independência de movimentos e, portanto, o protótipo não copia adequadamente o terreno a ser transposto. Para realizar a validação teórica da proposta de desacoplamento e acoplamento da barra estabilizadora, foram feitas inúmeras simulações do modelo de suspensão full-vehicle no software ADAMS Car®. Com esse programa, é possível realizar análises virtuais do protótipo em diversas pistas e obstáculos que o carro possa ser submetido nas competições do programa Baja SAE. Caso todos os inputs (parâmetros de entrada) estejam corretos, consegue-se obter uma coerência muito grande entre os dados obtidos pelo software e os reais. Dentro de provas como o enduro de resistência ou mesmo a prova de suspensão, há variações das características da pista e a necessidade de melhor aproveitamento do desempenho do veículo, seja no comportamento dinâmico vertical ou lateral. Acoplando e desacoplando a barra, é possível manter o bom desempenho em curvas do carro sem abdicar do conforto do condutor.

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