AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL

Eduardo Alexis L Alcayaga, Adriana Dupont

Resumo


 

O efluente da estação de tratamento de esgoto (ETE), da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), RS, é constituído por águas negras e amarelas provenientes dos sanitários do campus universitário, que possui uma população flutuante de 11.500 indivíduos por semestre. Este trabalho teve por objetivo avaliar a eficiência da estação de tratamento de esgoto (ETE), da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), RS, através da caracterização ecotoxicológica, variáveis físicas, químicas e microbiológicas. Desta forma, amostras do efluente bruto e tratado da ETE foram coletadas no período de novembro a dezembro de 2008 e de março a agosto de 2009, para a realização de ensaios de toxicidade aguda com o organismo-teste Daphnia magna, e toxicidade crônica com o organismo-teste Ceriodaphnia dubia, além da determinação das variáveis ambientais. Os resultados indicaram toxicidade aguda ao organismo-teste, tendo sido verificada uma CE(I)50 48h média de 64,1 ± 9,9%, caracterizada como medianamente tóxica, e uma toxicidade crônica média de CI(I)25 de 8,1 ± 2,6%, caracterizada como extremamente tóxica. A maioria das variáveis físicas e químicas estava de acordo com a legislação vigente, exceto fósforo total (3,6 ± 1,4 mg L-1) e nitrogênio amoniacal (77,8 ± 22,5 mg L-1), cujas altas concentrações no efluente tratado demonstraram não apenas a ineficiência da ETE na remoção destes compostos, mas fundamentalmente o grande aporte de fósforo e nitrogênio que o sistema lança ao corpo receptor, o Arroio Lajeado, condição que caracteriza um grande impacto ambiental potencial conhecido como eutrofização. Em relação aos coliformes termotolerantes, verificou-se que o efluente tratado apresentou índices extremamente elevados, atingindo um valor médio de 6,4 x 105 ± 8,6 x 105 NMP 100mL -1, correspondendo a uma carga poluidora potencial de alto impacto ao corpo receptor, caracterizando, portanto, um problema de Saúde Pública. A partir dos resultados da CE(I)50 48h, realizou-se a estimativa do impacto ambiental para o efluente tratado, verificando que o mesmo apresentou riscos agudos e crônicos ao ecossistema do Arroio Lajeado, para todos os meses estudados. A vazão ideal calculada para o efluente tratado pela ETE com vistas à prevenção de efeitos agudos e crônicos no corpo receptor, apresentou um valor médio de 0,38 ± 0,03 m3 dia-1, enquanto que a vazão da ETE corresponde a 120,0 m3 dia-1, consequentemente, o Arroio Lajeado não apresenta capacidade de suporte de carga que permita prever efeitos agudos e crônicos à biota.

 


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