CÂNCER: O ENFRENTAMENTO DESTA DOENÇA PELO PACIENTE E PELA FAMÍLIA

Dulce Grasel Zacharias, Daniela Dalmira Couto

Resumo


 

O presente trabalho apresenta uma análise teórica de um caso atendido no Estágio de Psicologia III, desenvolvido no SIS – Serviço Integrado de Saúde. Consiste em um estudo de caso que tem como conteúdo o modo de enfrentamento do sujeito e da família frente o diagnóstico e tratamento de uma doença grave, neste caso o câncer. A partir deste caso, busca-se entender como o sistema familiar reage frente a uma situação inesperada, quais as estratégias psicológicas de enfrentamento tanto do paciente, como da família, os novos modos de organização e os problemas que surgem a partir deste evento novo. O presente trabalho consiste em entender através da Psicoterapia individual, as questões ligadas ao processo da doença, relacionando o sofrimento do diagnóstico da doença com as mudanças e reações em decorrência desta, tanto pela família enquanto sistema e pelo sujeito. O diagnóstico de uma doença crônica pode causar um desequilíbrio significativo para as famílias. Este desequilíbrio vai provocar mudanças físicas e afetivas que os pacientes geralmente não estão preparados. O paciente tem seu sofrimento psíquico atrelado a fortes mudanças ocorrida em sua vida em função do desencadeamento do câncer. A sua grande dificuldade de superação está relacionada as perdas da posição social em relação ao trabalho. Considerando as defesas psíquicas, o paciente tende a racionalizar suas emoções e manter o controle, fugindo das questões de sofrimento, evitando assim, o contato com seus sentimentos. O paciente tem dificuldade de falar de si e de seus sentimentos, fator este que corroborou no desencadeamento do alcoolismo. Num entendimento dinâmico, ampliando-se para a relação familiar, o paciente procura manter seu papel de “chefe de família”, conduzindo e tomando a iniciativa frente às decisões, o que de certa forma o protege dentro do funcionamento racional, pois através deste controle, as questões tendem a ficar numa esfera superficial e o mesmo não se permite estar numa posição de ser cuidado. Assim como na família, ele procura assumir o controle da terapia por ter muita dificuldade de entrar em contato com o seu sofrimento. Na terapia individual procuramos trabalhar o comprometimento e a aderência à sua terapia, pontuando o quanto o paciente se coloca numa posição de ajudar os outros e o quanto é difícil ajudar a si mesmo. Retomamos alguns temas difíceis para o paciente, ampliando questões relacionadas ao alcoolismo, a perda do trabalho e o uso da bolsa de colostomia, procurando sempre focar seus sentimentos.

 


Apontamentos

  • Não há apontamentos.