DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE LOCOMOTORA E EFEITO NEURODEGENERATIVO SOBRE AS CÉLULAS DE PURKINJE DO CÓRTEX CEREBELAR DE RATOS SUBMETIDOS AO MODELO EXPERIMENTAL DA DOENÇA DE PARKINSON INDUZIDA POR PARAQUAT

Deives de campos, Iuri Pereira Santos, João Paulo da Costa Rosa, Joel Henrique Ellwanger, Juliano Assmann, Alexandre Rieger

Resumo


 

Sabe-se que a Doença de Parkinson (DP) é uma desordem produzida principalmente pela degeneração dos neurônios dopaminérgicos. Alguns estudos têm demonstrado que a origem da DP está fortemente relacionada à disfunção mitocondrial e ao estresse oxidativo, porém pouco se sabe sobre os danos ocorridos no cerebelo. O cerebelo é primeiramente um centro para o controle de movimentos e possui extensivas conexões com o cérebro e a medula espinhal. Ele não tem quaisquer conexões neuronais diretas com os neurônios motores inferiores, mas exerce sua influência, indiretamente, por meio do córtex cerebral e do tronco encefálico. As fibras que penetram o cerebelo se dirigem ao córtex e são de dois tipos: fibras musgosas e fibras trepadeiras, além das fibras serotoninérgicas e noradrenérgicas. O MPTP (1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetraidropiridina) é uma substância lipossolúvel, fato que lhe confere grande capacidade de cruzar a barreira hemato-encefélica, fazendo com que esta seja neurotóxica mesmo quando administrado por via parenteral. Em função da semelhança estrutural do MPTP com o Paraquat, estudos têm evidenciado que a administração do Paraquat sistemicamente em ratos, também pode induzir características específicas da DP. Muitos estudos já foram publicados a respeito da toxicidade de diferentes praguicidas, entre eles o Paraquat às células dopaminérgicas do sistema nigro-estriatal, porém poucos estudos relatam de forma completa e detalhada como outros grupos neuronais (cerebelo) são atingidos no modelo experimental da DP, tanto em nível celular, quanto comportamental. Sendo que o cenário atual ao qual se enquadram os conhecimentos sobre a etiologia e fisiopatologia da DP não permitem um entendimento completo e satisfatório sobre a doença e sendo ela exclusiva da espécie humana, não se manifestando espontaneamente em animais, utilizando modelos animais é possível ampliar as formas de compreensão da doença a níveis muito detalhados. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi verificar e estabelecer um modelo experimental da Doença de Parkinson induzida por Paraquat através da avaliação histológica do cerebelo e do ensaio cometa do estriado de ratos Wistar, bem como o comportamento locomotor dos mesmos (Narrow beam test e Grip Strenght Test). Os resultados obtidos demonstraram que a área das células de Purkinje não diminuiu durante a realização dos experimentos, não diferindo estatisticamente do controle (P > 0.05). O teste locomotor Narrow beam test só começou a apresentar diferenças a partir da segunda semana de indução da DP (P < 0.001). Não foram encontradas diferenças significativas no estriado e no Grip Streght Test. Assim, apesar de não terem sido observadas diferenças significativas entre as áreas das células de Purkinje entre os ratos do grupo paraquat e do grupo controle, este estudo representa um importante modelo experimental para o estudo dos efeitos neurodegenerativos no cerebelo presentes na doença de Parkinson.

 


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