ARTÉRIA RENAL ACESSÓRIA: RELATO DE CASO

Leda Maria Bartholdy, Fernando Marciano Vieira

Resumo


 

Segundo a descrição de Moore (2007) os rins são estruturas ovoides que tem a função de remover do sangue o excesso de água, sais e resíduos do metabolismo proteico e funções endócrinas. De acordo com Gray (1995) cada rim mede aproximadamente 11 cm de comprimento, 6 cm de largura e 3 cm de espessura, nos homens pesa em torno de 150 g e nas mulheres 135 g. O rim direito está situado ligeiramente abaixo do rim esquerdo (craniocaudal), sendo o rim esquerdo mais longo e estreito e mais próximo ao plano mediano, quando comparado ao outro. Normalmente cada rim é suprido por uma única artéria renal, originado na aorta abdominal entre os níveis de L1-L2. Sua posição e trajeto são relativamente constantes até penetrarem no hilo renal. A artéria renal direita, em adultos, apresenta comprimento de cerca de 5 cm e a esquerda de aproximadamente 7cm, ambas dividem-se nas proximidades do hilo em dois, três ou quatro ramos terminais que irrigarão os cálices renais, responsáveis pela filtração do plasma sanguíneo (PALMIERI et al, 2011). O suprimento arterial para os rins é variável. Estudos anatômicos relataram variações do fornecimento de sangue de forma normal e anormal essas variações na origem das artérias renais têm sido relatadas desde Bartholin no século XVII, entretanto, a descrição clássica da vascularização renal, formada apenas por uma artéria e uma veia, ocorre em menos de 25% dos casos. Sendo assim, particularidades no pedículo vascular do rim não podem ser consideradas exceções. Para Palmieri (2011) aparentemente, variações anatômicas dessas artérias não interferem na função renal e devem ser diferenciadas de anomalias ou malformações vasculares, que provocam distúrbios funcionais renais e sistêmicos. Em muitos casos uma artéria supra numerária é responsável pela fornecimento sanguíneo de uma determinada área e, por não possuir anastomoses, uma vez interrompido seu fluxo, desencadeiam eventos isquêmicos importantes como o infarto renal, por exemplo. Conformações diferentes do padrão estão presentes em 33% dos homens e em 20% mulheres. Em relação às etnias, 37% dos africanos, 35% dos caucasianos e 17% dos indianos apresentam particularidades vasculares renais (PALMIERI et al, 2011). O Laboratório de Anatomia Humana da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, atuante desde o ano de 1998, possui em seu acervo 22 cadáveres provenientes de doações oriundas do Departamento Médico Legal – DML. Desde a sua fundação, inúmeros estudos e trabalhos foram apresentados à comunidade acadêmica, visando desde a produção de peças anatômicas de cunho pedagógico, até descrições de achados importantes sobre variações anatômicas e displasias relevantes ao entendimento e consolidação da aprendizagem da anatomia humana e suas relações com a prática clínica dos mais diversos cursos da área da saúde. A presente obra tem por objetivo apresentar um achado anatômico incomum relacionado à vascularização renal em um cadáver masculino parte do acervo do Laboratório de Anatomia Humana – UNISC e as implicações clínicas subjacentes a esta alteração. Para tanto, foram pesquisadas referências científicas em artigos e publicações consagradas no meio acadêmico, bem como a captura de imagens fotográficas do referido cadáver para a ilustração deste trabalho. A compreensão e correlação da Anatomia são de fundamental importância, pois, farão do acadêmico um profissional apto a identificar, interpretar e contextualizar os conhecimentos adquiridos à sua futura prática profissional.

 


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