RELAÇÕES FAMILIARES DO IDOSO INSTITUCIONALIZADO

Silvia V. Coutinho Areosa, Bruna Lopes Martins, Cintia Pereira Porto, Cleci Aparecida Silva, Rosmeri Maria Pires Scherer

Resumo


 

Na atualidade, o crescimento da população idosa configura-se como uma grande conquista, mas também como um grande desafio para a sociedade em que este idoso está inserido. À medida que envelhecemos, sofremos perdas progressivas no sistema biológico, fazendo com que a capacidade funcional comece a decair e muitas vezes a rotina cotidiana torna-se de difícil execução e o indivíduo percebe que precisa de auxilio de outra pessoa (ARAÚJO et al.,2007). Desta forma, este sujeito terá que se adaptar a uma nova realidade, tal adaptação inclui mudanças de hábitos, rotinas, ambientes e muitas vezes a convivência com seus entes queridos, havendo a necessidade de institucionalização. Segundo Areosa e Zavareze (2010), os recursos internos e externos de cada sujeito que determinará o enfrentamento desta nova realidade, sendo, portanto, diferente para cada sujeito. A maioria deste público não se prepara para esta etapa da vida, vivenciando este momento com muitas angústias e conflitos. O amparo ao idoso depende da percepção de cada um em relação a sua família e, ainda de um conjunto de fatores do cotidiano desses familiares que facilitam ou dificultam esse amparo (SILVA, 2007). Para Zimerman (2000), a permanência do idoso junto aos seus familiares seria o ideal, entretanto devido a uma série de fatores como condições econômicas, falta de preparo dos familiares ou das moradias, acabam sendo aspectos que levam aos familiares optarem pela institucionalização. Com a presente pesquisa buscaremos investigar as relações entre idosos e seus familiares a partir da institucionalização. Tal verificação será feita através da coleta de dados com respostas de doze sujeitos a uma entrevista semiestruturada, sujeitos estes institucionalizados em quatro instituições de longa permanência, em diferentes municípios (Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul, Taquari e Lajeado). Utilizaremos o método qualitativo-descritivo, cujo objetivo é analisar as características de um fenômeno, explorando o máximo possível de informações, buscando o significado presente nas falas dos sujeitos, através do método de análise do conteúdo. Após a coleta dos dados e, obtido os resultados, faremos uma devolução destes aos coordenadores das instituições como também compartilharemos com a comunidade acadêmica da UNISC. Considerando que a transferência do idoso de sua casa para a instituição tem um potencial para produzir quadros depressivos, confusão, perda do contato com a realidade, despersonalização e um senso de isolamento e separação da sociedade (ARAÚJO et al., 2007). Um estado de solidão nas pessoas institucionalizadas ocorre não só pelo fato da pessoa estar afastada fisicamente da família ou das pessoas de convívio próximo, mas também por estar afastado de relações que gostaria de ter. As pessoas que ficam institucionalizadas por muito tempo, não sendo estimuladas, vivendo fora do contexto social, sem contato com a realidade externa, podem vir a apresentar quadros demenciais devido às perdas cognitivas (ZIMERMAN, 2000). Considerando que a manutenção de relações e vínculos construídos ao longo da vida constitui-se como fundamental para a saúde dos sujeitos, a partir do resultado da pesquisa buscaremos construir dispositivos junto às instituições de longa permanência que possam subsidiar melhores condições de saúde para este sujeito institucionalizado.

 


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