PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS PELA CLÍNICA DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL COM BIÓPSIAS PROCESSADAS NO LABORATÓRIO DE HISTOLOGIA E PATOLOGIA DA UNIVERSIDADE

Michele Gassen Kellermann, Joel Henrique Ellwanger, Laisa Laura Dickow, Alexandre Rieger

Resumo


 

O diagnóstico das lesões da região bucal nem sempre é fácil. Várias fontes de informação contribuem para a avaliação do paciente. A frequência e localização das lesões, idade e gênero do paciente são dados que contribuem para o correto diagnóstico, sendo importante conhecer o perfil do indivíduo atendido. O único levantamento sobre a frequência de lesões orais referentes ao material das biópsias realizadas pela Clínica de Odontologia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e processadas no Laboratório de Histologia e Patologia da mesma universidade foi realizado no ano de 2005, dessa forma, esse trabalho justifica-se por apresentar dados atuais referentes aos tipos histológicos diagnosticados e dados epidemiológicos retrospectivos dos pacientes. A metodologia empregada neste trabalho foi: 1) levantamento do total de laudos emitido pelo laboratório e dados disponíveis nas fichas dos pacientes entre o ano de 2003 e 2010; 2) digitação dos dados no software Micosoft Office Excel 2007 referentes ao tipo de lesão, gênero, idade média, etnia, hábito em relação ao fumo, ocupação e cidade; 3) análise e discussão dos resultados. O total de diagnósticos foram 518. As lesões encontradas 10 ou mais vezes foram descritas, já as abaixo desse valor foram classificadas em “outros”. A distribuição dos diagnósticos foi: cisto inflamatório – 13%, descritivo (não específicos) – 12%, fibroma – 11%, granuloma piogênico – 6%, mucocele – 6%, hiperplasia inflamatória – 6%, carcinoma espinocelular - 5%, cisto de retenção salivar – 5%, papiloma – 3%, granuloma apical – 2%, granuloma periférico de células gigantes – 2%, hiperplasia fibroepitelial – 2%, outros – 27%. Em relação aos dados epidemiológicos encontrou-se: gênero feminino – 60%, masculino – 40%; etnia: caucasiano – 85%, negro – 8%, pardo – 7%; hábito em relação ao fumo: não fumante – 67%, fumante – 28%, ex-fumante – 5% (média de cigarros/dia – 10,40); idade média – 81 anos; ocupação: aposentado – 15%, outros – 15%, agricultor – 13%, estudante – 13%, do lar – 12%, doméstica – 10%, auxiliar de serviços – 8%, comerciante – 3%, pedreiro – 3%, operário – 2%, autônomo – 2%, mecânico – 2%, motorista – 2%; cidade: Santa Cruz do Sul – 72%, Candelária – 5%, Venâncio Aires – 5%, Sinimbu – 4%, Vera Cruz – 4%, Outras – 4%, Vale do Sol – 3%, Rio Pardo – 1%, Arroio do Tigre – 1%, Passo do Sobrado – 1%. Esses resultados correspondem aos dados verificados nos prontuários, pois não estavam devidamente completos. Isso pode ter influenciado no perfil epidemiológico estabelecido no presente trabalho. Outro estudo demonstrou que as lesões prevalentes foram estomatites (hiperplasia inflamatória e fibrosa, granuloma piogênico, entre outras - 28% do total das lesões), sendo que o gênero feminino e a faixa etária a partir de 60 anos foram os grupos predominantes. Apesar de vários estudos demostrarem que o hábito de fumar está associado com certas lesões de boca, como carcinoma, nesse trabalho foi encontrado um maior número de não fumantes, isso pode ser devido ao fato da clínica atender pacientes com diversos tipos de lesão e não somente casos específicos, bem como a ocupação dos atendidos e a cidade de origem dos mesmos. Os diagnósticos de cisto inflamatório e os diagnósticos descritivos foram os mais encontrados, gênero feminino, média de 81 anos para ambos os gêneros, sendo a maioria indivíduos não fumantes e provenientes de Santa Cruz do Sul foram as características mais prevalentes entre os pacientes atendidos.

 


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