TABUS ALIMENTARES NA REGIÃO DO VALE DO RIO PARDO

Diossana Rodrigues Cunha da Silva, Isabel Pommerehn Vitiello

Resumo


 

OBJETIVO: Conhecer a existência de tabus alimentares e os motivos pelos quais estes tabus alegados não são consumidos pelas famílias pesquisadas. MÉTODOS: Estudo transversal realizado por análise de questionário aplicado por estudantes dos Cursos de Nutrição e Superior em Tecnólogo em Gastronomia da Universidade de Santa Cruz do sul (UNISC), matriculados na disciplina Fundamentos de Alimentação durante o 1º semestre de 2011. O questionário contendo questões fechadas e abertas foi aplicado em 56 famílias representadas por 23% (n = 13) do sexo masculino e 77% (n =43) do sexo feminino, com idade mínima de 17 anos e máxima de 50 anos. RESULTADOS: Dos tabus alimentares encontrados, a pesquisa encontrou restrição referente à ingestão simultânea de diferentes frutas, seguida pela ingestão simultânea de leite com frutas. Sobre as consequências do consumo de determinados alimentos, 43% (n=48) afirmaram que causam cólicas e “dor de barriga” e 12,6% (n=14) que causam congestão. A melancia foi a fruta mais citada (22,5%) como sendo causadora de cólicas, “dor de barriga” e que “empedra” se ingerida com leite ou outro alimento, seguido por 12,5% que acreditam na combinação de leite (principalmente com a manga) com outro alimento, 12,5% relatam que comer pão e tomar água fria causa “dor de barriga”. Foram citados 11 tipos de tabus referentes à gravidez sendo os mais citados não consumir carne de porco, chá de canela e comer por 2. Quanto a lactação o consumo de cerveja preta e canjica aumentam o volume de leite e o leite “empedra”. CONCLUSÕES: Mais da metade dos entrevistados acreditam que existem alimentos que não devem ser consumidos em combinação com outro, o que não encontra respaldo científico. Os tabus geralmente provenientes de superstições impostas pelos costumes sociais ou medidas protetoras podem representar um importante fator influente no estado nutricional e de saúde dos indivíduos, principalmente daqueles de baixo poder aquisitivo, pertencentes aos grupos mais vulneráveis como as crianças, as gestantes, as nutrizes, os idosos e àqueles com acesso limitado à educação. Considerando-se que a crença das pessoas, a espiritualidade e suas relações com o mundo podem repercutir na saúde, percebe-se que ainda existe uma série de tabus que devem ser esclarecidos pelos profissionais de saúde.

 


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