ESTUDOS PRELIMINARES SOBRE A QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEAS DE SOBRADINHO, RS, BRASIL

Adilson Ben da Costa, Sioneia Maria Pribe

Resumo


 

As águas subterrâneas apresentam algumas vantagens em relação às águas de superfície, pois são filtradas e purificadas naturalmente através da percolação, determinando excelente qualidade, não ocupam espaço em superfície; sofrem menor influência nas variações climáticas, possuindo temperatura constante; são passíveis de extração perto do local de uso; necessita de custos menores como fonte de água; apresentam grande proteção contra agentes poluidores e não estão sujeitos aos processos de assoreamento. O objetivo principal do presente trabalho é classificar as águas subterrâneas do município de Sobradinho, localizado na região Centro-Serra do Rio Grande do Sul, Brasil. A classificação adotada, tem como base a Portaria n° 518 de 25 de março de 2004 do Ministério da Saúde As águas subterrâneas e superficial investigadas foram classificadas segundo o Diagrama de Piper. A sistemática de coleta, preservação das amostras e avaliação das mesmas seguiu a metodologia descrita no Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater de 2005. Foram analisadas, ao todo, amostras de quatro poços tubulares profundos (AABB, LBR, CAMP, TUPY) e outra de poço superficial raso (CAC), para efeito de comparação. A coleta das águas subterrâneas foi realizada em uma única coleta e o poço superficial raso em duas coletas. O Diagrama de Piper das amostras de água subterrânea AABB, LBR, TUPY classifica-as como águas bicarbonatadas cálcicas ou magnesianas ou mistas. A amostra CAMP é uma água bicarbonatada sódica. Enquanto que a CAC indicou ser uma água cloretada ou sulfatada sódica. O poço superficial raso indicou concentrações de manganês de 0,11 mg L-1 para ambas as coletas, ficando acima do limite estabelecido pela Portaria n° 518/2004. Houve também maior concentração de nitratos para a mesma, com 7,93 e 9,55 mg L-1, para a primeira e segunda coleta respectivamente, ficando próximo ao limite estabelecido pela mesma Portaria. As águas subterrâneas tem seu pH próximo da neutralidade e o poço superficial raso é ácido. A água superficial rasa apresentou concentração de cloretos de 9,7 mg L-1. Com exceção das amostras AABB (0,11 mg L-1) e CAMP (0,3 mg L-1) as demais amostras apresentaram teores de ferro abaixo de 0,02 mg L-1. Além disso, estas duas amostras de águas subterrâneas apresentaram valores de turbidez acima de 5 uT, que é o limite estabelecido pela Portaria n° 518 do Ministério da Saúde. Valores de 5,03 e 9,01 uT, respectivamente. Para as demais, os valores ficaram abaixo do estabelecido por esta Portaria. Apenas as amostras de poços subterrâneos LBR e CAMP apresentaram valores de zinco superiores a 0,02 mg L-1, 0,04 e 0,08 mg L-1, respectivamente. As amostras de poços subterrâneos apresentaram composição química e físico-química dentro dos limites estabelecidos Portaria n° 518 do Ministério da Saúde, com exceção das amostras AABB e CAMP, que tiveram valores de turbidez acima do limite estabelecido por esta Portaria, sendo um dos fatores a maior concentração de ferro encontrado nessas duas amostras. A amostra de água superficial apresentou índices de nitratos próximos ao limite estabelecido, o que é uma indicação de contaminação. Além disso, ela também apresentou resultados pouco acima do limite para manganês. O estabelecido pela Portaria citada acima é de 0,1 mg L-1 e o encontrado é 0,11 mg L-1. Para uma análise mais completa, seria necessária uma análise microbiológica em conjunto.

 


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