ANATOMIA DO PRIMEIRO NERVO CERVICAL
Resumo
Existem trinta e um pares de nervos espinhais: oito cervicais, doze torácicos, cinco lombares, cinco sacrais e um coccígeo. O primeiro nervo cervical (C1) apresenta importância clínica considerável, entretanto as descrições das particularidades desse nervo são discutidas na literatura de forma escassa e até mesmo conflitante. Não há unanimidade entre os diversos autores para classificar a presença ou ausência da raiz nervosa dorsal do C1. Além disso, a correta identificação do C1 pode ser muito importante em procedimentos neurocirúrgicos. Ainda, nesse contexto, alguns autores comentam que o status da anatomia como uma ciência tem diminuído nos últimos anos e isso ressalta a necessidade de aplicar métodos rigorosos para solucionar os problemas anatômicos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é discutir algumas implicações anatômicas e funcionais do C1. Para realizar este estudo foram consultados artigos científicos publicados em Inglês e disponíveis nas bases de dados SciELO (Scientific Eletronic Library Online), MEDLINE (U.S. National Library of Medicine), PubMed (National Library of Medicine and The National Institute of Health), LILACS (Latin American and Caribbean Health Sciences), Google Scholar e ScienceDirect. A busca nas bases de dados foi realizada utilizando termos como "primeiro nervo cervical" e "nervo espinhal". Estudos apresentados em congressos e livros-texto também foram consultados. Entre os resultados, verificou-se que cada nervo espinhal é formado por raízes dorsais e ventrais. No entanto, o C1 pode ser uma exceção, pois apresenta raízes ventrais em apenas 50% dos casos. Um estudo identificou 10-1 radículas dorsais para o C1. No estudo foi relatado que essas radículas estão ausentes em 5% e 9% dos lados direito e esquerdo, respectivamente. Alguns autores descreveram que essa ausência pode ser encontrada bilateralmente. Foi descrito que o C1 é essencialmente motor, sendo que o ramo dorsal do primeiro par cervical é exclusivamente motor e é responsável pela inervação dos músculos profundos do pescoço superior. É geralmente aceito que o C1 normalmente não possui distribuição cutânea sensorial clinicamente detectável. Essa informação é muito importante, uma vez que pode explicar a motivo do C1 não ser indicado nas figuras dos dermátomos da cabeça e pescoço em muitos livros de Neurociências. De acordo com o apresentado, é possível concluir que esse trabalho pode ser útil para clínicos, cirurgiões e acadêmicos que manipulam e demonstram interesse especial pela estrutura anatômica aqui discutida.
Apontamentos
- Não há apontamentos.