ANÁLISE DE FUNGOS DERMATÓFITOS E LEVEDURAS ISOLADOS DE CÃES E GATOS DOMÉSTICOS DA CIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.

Alexandre Rieger, Mireila Andrea Lersch, Maria Viviane Gomes Muller

Resumo


 

Os dermatófitos e algumas leveduras são microrganismos relacionados às dermatomicoses. Dermatófitos são fungos queratinofílicos capazes de invadir tecidos queratinalizados de humanos e animais, causando infecções denominadas dermatofitoses. Estima-se que 10 a 15% da população humana poderão ser infectadas por estes microrganismos no decorrer de sua vida. Os principais dermatófitos são classificados em três Gêneros: Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton, podendo ser também identificados com base na sua orgiem - antropofílico (humanos), zoofílicos (animais) e geofílicos (solo). A transmissão ocorre com contato direto do esporo com o hospedeiro. Dessa forma, as dermatomicoses podem ser extremamente contagiosas, não apenas entre os animais, mas também dos animais para o homem. As dermatomicoses dos cães e gatos constituem zoonoses de importância, uma vez que estes são, dentre os animais domésticos, os que mantêm contato estreito com as crianças, altamente susceptíveis a esses processos. Este trabalho teve como objetivo realizar um levantamento dos fungos dermatófitos, bem como de leveduras presentes em cães e gatos domésticos e suas prevalências. Os dados obtidos serão importantes para a saúde pública, dada a necessidade do conhecimento dos agentes etiológicos das dermatomicoses, em determinado meio, que variam ao longo do tempo e com as condições socioeconômicas. Os espécimes clínicos coletados a partir de pelos e/ou escamas de animais assintomáticos e sintomáticos foram processados para sua identificação segundo a técnica do carpete. O material foi acondicionado em placas de petri e enviado ao laboratório de microbiologia da UNISC para processamento. Os microrganismos coletados nos carpetes foram cultivados em placas com Ágar Mycosel®. Nestas placas, os carpetes foram mantidos por aproximadamente 15 minutos e levemente pressionados contra o Ágar. As placas ficaram em estufa a temperatura de 30°C por 15 dias, sendo observadas diariamente. As colõnias obtidas nestes ensaios estão sendo processadas de acordo com protocolo adequado para o isolamento e identificação dos agente clínicos, onde o material é submetido à identificação do gênero e espécie de acordo com as características macro e microscópicas das colônias. Até o momento foram coletadas amostras de 24 animais: 4 gatos e 20 cachorros. Foram verificados crescimentos de microrganismos em 83,3% das amostras coletadas destes aniamis. Das amostras positivas, 80% foram para crescimento leveduriforme e 45% para crescimento fúngico, havendo em 20% um crescimento concomitante. Dos gatos analisados, 50% eram portatores assintomáticos e 50% eram sintomáticos e todas as amostras apresentaram algum crescimento no cultivo. Dos cachorros analisados, 35% eram sintomáticos e 65% assintomáticos. Das amostras negativas, 25% apresentavam algum tipo de sintoma para doença de pele, indicando uma possível contaminação bacteriana nos animais. Já os positivos, 62,5% eram portadores assintomáticos o que sugere que estes possam ser contaminadores já que não aparentam carrear um organismo causador de uma possível zoonose. As identificações dos microrganismos estão em fase de análise. Contudo, é possível ressaltar a importância do conhecimento destes organismos patogênicos para facilitar o controle do contágio entre o homem e o animal, uma vez que o portador pode não apresentar sintomas e assim, não evidenciar o risco potencial de transmissão.

 


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