Atualmente os cuidados na produção de alimentos, como grãos, não podem ser apenas relacionados com o ato de fazer o preparo do solo, semeadura, tratos culturais e colheita. Ligado a todos esses fatores está o processamento que esse grão irá sofrer depois de colhido, visando manter suas propriedades, físicas, sensoriais e nutricionais a fim de poder estar disponível para a população nos períodos de entressafra, ou até mesmo na forma de ração para nutrição de animais. Portanto, no intuito de minimizar perdas quanti-qualitativas na pós-colheita é necessário que as etapas operacionais sejam realizadas da melhor forma possível, obedecendo toda a sistemática do processo em ciclo lógico e adequado de acordo com cada tipo de grão. Neste contexto, o trabalho objetivou diagnosticar as etapas do processamento de grãos de arroz em uma empresa rural situada na região do Vale do Rio Pardo no estado do Rio Grande do Sul. Realizou-se uma visita técnica na empresa para reconhecimento do local, juntamente com uma entrevista ao proprietário, auxiliada pela aplicação de um questionário e registros fotográficos. Coletaram-se dados referentes à estrutura física, ao controle das operações unitárias, condições de operação e manutenção dos equipamentos e instrumentos empregados desde a recepção até o armazenamento. Os resultados obtidos mostraram que a empresa possui boa infraestrutura para o processamento dos grãos, dispondo de equipamentos fundamentais para a execução correta do processo, porém muitas vezes utilizados de maneira empírica. Dentre as não conformidades que se encontraram na unidade destacam-se: a ausência de procedimentos de calibração de balanças e dos equipamentos do laboratório; o controle variável da temperatura de secagem; o manejo de pragas na instalação, a manutenção e troca de equipamentos das máquinas e o não uso do sistema de termometria nos silos, mesmo ele já estando instalado nos mesmos. Como pontos positivos do diagnóstico devem ser ressaltados que os silos de armazenagem são relativamente novos e todos contam com aeração. A empresa também possui um sistema de captação de pó oriundo da secagem; o descarregamento dos caminhões na moega é feito por tombador hidráulico dando mais agilidade ao sistema e a amostragem é feita de maneira correta, em vários pontos dos caminhões, sendo utilizado um quarteador de amostras antes das análises. Considera-se que o sistema avaliado pode ser otimizado através de ações que incluem treinamentos técnicos da mão de obra da empresa, calibração de instrumentos, controle de pragas e padronização dos procedimentos operacionais visando o manuseio adequado dos equipamentos instalados, especialmente quanto ao monitoramento da temperatura da massa armazenada, essencial para tomada de decisão relacionada à aeração.