MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS PARA ALÍVIO DA DOR NO TRABALHO DE PARTO - HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO

Vera Elenei Somavilla, Leila Patricia Moura

Resumo


 

Pesquisa realizada durante a Graduação em Enfermagem, do Curso de Enfermagem, da UNISC, através da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso. Nossos objetivos foram identificar os aspectos relacionados à utilização de métodos alternativos no alívio da dor durante o trabalho de parto e aplicar medidas não farmacológicas para o alívio da dor, avaliando os resultados. As problematizações observadas nas práticas realizadas na graduação foram divergentes do que preconizam as ações de humanização do parto. Destacamos as parturientes, por longos períodos, sem a presença de algum profissional; pouca utilização de técnicas não farmacológicas para o alívio da dor no trabalho de parto; e o alto índice de parto cesáreo. Neste sentido, nossas inquietações são: casos de mulheres que tiveram seus filhos no domicílio, nas casas de parto, ou com Doulas e revelam esta experiência positivamente e por outro lado, as mulheres que têm seus filhos em instituições hospitalares que destacam o parto como algo muito ruim, lembrado principalmente pela vivência da dor. Sendo assim, pensamos que a realização desta pesquisa para repensar e refletir sobre a utilização das medidas não farmacológicas para alívio da dor, tornando o parto vaginal menos traumático e humanizado, como se preconiza. A metodologia utilizada foi fundamentada na pesquisa-ação. A pesquisa foi realizada no Centro Obstétrico de um Hospital Regional, no período de janeiro a junho de 2011. Participaram 10 parturientes com indicação de parto normal, via vaginal, e os critérios de inclusão basearam-se na evolução do trabalho de parto. A escala da dor foi utilizada na primeira etapa, sem nenhuma prática alternativa sendo utilizada, e na última etapa, com a realização das práticas. As pacientes atribuíam, numa escala de zero a dez, uma nota para sua dor, no momento da contração, sendo 0 pra ausência de dor e 10 para o nível máximo de dor. Na primeira etapa, nos inserimos no campo de pesquisa para observar 5 trabalhos de parto, sem intervir. Durante esta etapa, observamos aspectos relacionados a assistência. A escala da dor, nesta etapa, sem nenhuma prática alternativa sendo utilizada, permaneceu entre 9 e 10. A etapa de implementação, foi realizada em outros 5 trabalhos de parto, onde aplicamos as seguintes medidas não farmacológicas: Exercícios com a Bola; Alteração de posições; Musicoterapia; Massagem; Hidroterapia. Todos os exercícios foram eficazes na facilitação e aceleração do trabalho de parto, bem como aliviaram a dor no momento da contração, onde as notas atribuídas pelas gestantes em cada medida foram variadas, mas permaneceram entre sete e nove. Além disso, as técnicas utilizadas proporcionaram às parturientes tranquilidade e segurança. Esta pesquisa, além de comprovar a eficácia das medidas não farmacológicas para alívio da dor e facilitação do trabalho de parto, serviu, também, para confirmar, que a parturiente precisa, no momento do trabalho de parto, alguém que se importe com ela e que se implique com ela. A presença do cuidador de forma íntegra e qualificada é de suma importância, pois há nesta prática o exercício de empoderamento da mulher, incentivando-a para que ela realmente assuma o papel de protagonista do parto. Neste sentido, aplicar as medidas torna necessário que a equipe se envolva com a mulher, são técnicas que aproximam, pois indicam intensidade de diálogo, de toque e principalmente de presença, e isto faz com que a mulher seja acompanhada integralmente.

 


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