ANÁLISE DO PROCESSO E CONTROLE DE SECAGEM DE ARROZ

Debora Chapon Galli, Valentim Degrnadis Neto

Resumo


 

Dentro do processo de pós-colheita de grãos um dos fatores mais importantes na conservação do produto armazenado é o controle na secagem. No caso de arroz, além de sistemas bem planejados, é necessário um monitoramento contínuo da operação, em razão da suscetibilidade a quebras durante e após tal procedimento. Durante a secagem do cereal pode haver consideráveis perdas, seja pela sua característica intrínseca de sensibilidade, pelo método utilizado, pelo manejo térmico do ar de secagem, ou pelos controles da operação e do equipamento. Desta forma, objetivou-se avaliar as operações de secagem de arroz em casca adotadas pela Cooperativa Tritícola de Espumoso Ltda. (Cotriel), unidade de Pantano Grande – RS. Durante o período de abril e maio de 2011 coletaram-se dados para a caracterização específica dos secadores (quantidade, dimensões, aspectos construtivos, tipos, estado de conservação) e monitorou-se o processo de secagem, como temperatura da massa e do ar, percentual de umidade e de grãos inteiros antes e após a secagem. Em períodos de 15 em 15 dias foram coletadas amostras de arroz nos secadores. Os dados coletados evidenciaram que a unidade possui secadores dos seguintes tipos: dois do modelo chamados de Pampeiros, que são mais antigos e ultrapassados, com capacidade de 30t/h; e dois de torres de cavalete que são um dos mais atualizados no mercado, para 40t/h. Todos os quatro equipamentos estão bem conservados. A temperatura de secagem utilizada no processo foi de 60°C, enquanto a temperatura da massa de grãos teve uma variação entre 32° a 35°C, que é o recomendável para a secagem de arroz. A umidade inicial dos grãos variou entre 17 a 19% e de saída entre 12 a 16%. Salienta-se que a empresa adota o processo de secagem escalonada, através do qual a umidade é reduzida para 15-16% e o produto armazenado sob aeração, retificando ou complementando a secagem parcial dos grãos, depois de passado o pique de safra, para que a massa fique com 12% que é o recomendável para armazenamento prolongado ou definitivo. Os dados mostraram que os secadores de cavalete, além de reduzirem a umidade em menos tempo, com a mesma temperatura de trabalho, não causam expressivos danos físicos aos grãos, o que reflete na valorização do produto e na estabilidade durante o armazenamento. Outras vantagens são o menor consumo de lenha e a redução da poluição do ambiente de trabalho. Considera-se que o processo de secagem adotado pela empresa está dentro dos padrões recomendáveis, contudo a capacidade de secagem instalada fica aquém da necessidade na época de safra. Os grãos que passaram pelo processo de secagem apresentaram boa qualidade, sem nenhum problema detectado no período avaliado.

 


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