DETERMINAÇÃO DA CITOTOXIDADE E MUTAGENOTOXIDADE DO EXTRATO ETANÓLICO DA PLANTAGO MAJOR (TANSAGEM).

Dinara Jaqueline Moura, Helen Tais Silva

Resumo


 

O interesse em terapias naturais, principalmente em produtos de origem vegetal, tem aumentado muito em países desenvolvidos e subdesenvolvidos. No Brasil, considerando a ampla diversidade de espécies vegetais, as plantas ocupam posição de destaque devido a seu uso medicinal pela população. Uma das plantas utilizadas na medicina popular em função de sua atividade cicatrizante, anti-inflamatória, diurética, expectorante e fungicida é a Plantago major L., conhecida também como tansagem, transagem, plantagem ou sete nervos. Para utilização segura de fontes naturais de tratamento é necessário que sejam realizados testes que avaliem o seu potencial citotóxico e mutagênico. Esses podem ser realizados utilizando a levedura Saccharomyces cerevisiae como modelo de estudo, devido a sua semelhança genética, bioquímica e funcional com as células de mamíferos. O objetivo do trabalho foi avaliar a citotoxidade do extrato etanólico de P. major na linhagem N123 de S. cerevisiae, utilizando doses crescentes do extrato através de avaliação por curvas de sobrevivência, assim como seu potencial mutagênico através de ensaios de mutagênese na mesma linhagem, para identificação de mutação para frente- (foward mutation). As amostras de P. major foram coletadas entre julho e agosto de 2010 no município de Riozinho – RS. As folhas em estado reprodutivo foram armazenadas em exsicatas, identificadas e armazenadas no Herbário da UFRGS, em Porto Alegre. O extrato etanólico foi preparado utilizando o equipamento Accelerated Solvent Extraction - ASE 300 TM (marca Dionex, Sunnyvale- California, EUA). Suspensões celulares da linhagem N123 em fase exponencial de crescimento, foram incubadas na presença de doses crescentes do extrato etanólico P.major diluído em tampão fosfato, o teste foi realizado em triplicata. As células com o extrato foram incubadas por 20 horas, sob agitação, a 30°C. Após o tratamento, as células foram diluídas e plaqueadas em meio rico sólido (YPD). Após 3 a 5 dias as colônias sobreviventes foram contadas e a percentagem de sobreviventes foi determinada. A avaliação do potencial mutagênico do extrato para resistência a canavanina foi realizado na mesma linhagem e nas mesmas condições para obtenção das células, assim como as concentrações dos tratamentos. A indução de mutações foi realizada em meio SC suplementado com 60 mg mL-1 de canavanina. Os testes foram repetidos pelo menos três vezes e o plaqueamento foi feito em triplicata para cada dose. Os resultados parciais mostram que o extrato etanólico de P. major foi capaz de reduzir a sobrevivência na linhagem N123 de S. cerevisiae, conforme a concentração de extrato no tratamento era aumentada. Através do ensaio de mutagênese também foi possível observar a ação mutagênica do extrato nas concentrações testadas. O modelo de resposta citotóxica em Saccharomyces cerevisiae, através do teste de inibição de crescimento é uma estratégia simples e muito sensível para avaliação do efeito biológico de substâncias naturais e sintéticas em tratamentos diversos. Acredita-se através desses resultados parciais que o extrato etanólico de Plantago major tem potencial citotóxico e mutagênico, sugerindo um cuidado maior na utilização indiscriminada da planta. Cabe salientar que é necessário a realização de mais testes para confirmação destes resultados.

 


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