INFLUÊNCIA DA FADIGA MUSCULAR SOBRE A FORÇA DE REAÇÃO DO SOLO NA MARCHA HUMANA

Hildegard Hedw Pohl, Adriano Giliardi Maas, Kuliano Henrique Maas, Matheus Joner Wiest

Resumo


 

A marcha humana pode ser considerada ao mesmo tempo complexa e simplificada. Complexa sob o ponto de vista biomecânico, que envolve diversos fatores, e simples pelo ato cotidiano. Esta pode ser influenciada por diversos fatores internos e externos, sendo um destes, a fadiga muscular. Acredita-se que a atuação dos membros inferiores preferido (PREF) e não-preferido (NPREF) seja diferente durante a marcha e que a fadiga muscular modifique notoriamente valores de força de reação do solo, indicando alterações na execução da marcha em indivíduos saudáveis. Este estudo buscou verificar a atuação da preferência podal durante a marcha e se a fadiga altera esta atuação em relação a valores de força de reação do solo. Foi analisada a força de reação do solo (FRS) durante a marcha de doze universitários a partir de duas plataformas de força (AMTI OR6, EUA), dispostas em série no nível do solo. O sujeito deveria caminhar em linha reta, tocando a primeira plataforma com um dos pés e a segunda com o outro, sem manter o foco visual sobre na plataforma. A preferência podal foi verificada pelo inventário de Waterloo. Foram realizadas duas coletas de FRS pré (PRE) e duas pós fadiga (POS). Somente foram consideradas válidas tentativas em que todo o pé entrasse em contato com a plataforma e tentativas em que a velocidade fosse próxima entre PRE e POS (±10%). Para o protocolo de fadiga foi utilizado o teste de caminhada de seis minutos (TC6M). Somente foi analisado o comportamento da força médio lateral (Fx) a partir de um software específico. A partir da Fx foram calculados: a força médio-lateral mínima (Fxmin); Instante de tempo onde ocorreu a força médio-lateral mínima (ITFxmin); Força médio-lateral máxima (Fxmax); Instante de tempo onde ocorreu o pico máximo (ITFxmax); Área lateral (ALFx); Percentual da área lateral em relação ao tempo total de contato (%ALFx); Área medial (AMFx); e Percentual da área medial em relação ao tempo total de contato (%AMFx). Os dados de FRS foram normalizados pela massa corporal de cada sujeito. Foi utilizado o teste t dependente para comparações entre PRE e POS e o teste t de independente para comparações entre PREF e NPREF, ALFx e AMFx e Fxmin e Fxmax (α = 0,05). Não foram encontradas diferenças significativas entre ALFx e AMFx, comparando membro PREF. Foram encontradas diferenças significativas (p<0,05) em AMFx, sendo maior na situação PRE x POS para o membro NPREF; Fxmin menor na situação POS x PRE no membro NPREF; e Fxmax maior em ambas situações (PRE e POS) no membro NPREF. Resultados encontrados demonstram que a fadiga muscular tende a diminuir a área medial de contato do membro não-preferido. Além disso, valores significativamente maiores de Fxmax foram encontrados em ambas situações (PRE e POS) no membro não-preferido, demonstrando que, além da diminuição da área medial, foram encontrados maiores picos de força na área medial. A preferência podal parece atuar e influenciar diretamente em valores de força de reação do solo, em relação à força médio-lateral, designando ao membro não-preferido uma função maior de apoio medial. Além disso, a fadiga pode alterar o controle motor normal da marcha, diminuindo a área medial de contato no solo.

 


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