Durante a prática do basquetebol, tanto em treinos, quanto em competições, os atletas enfrentam diversas situações que podem ser positivas ou negativas, exigindo de cada jogador uma determinada atitude. Nesses momentos, as habilidades mentais, além das técnicas e táticas, são decisivas para um melhor desempenho frente a estas situações encontradas. Em se tratando de aspectos mentais, nem todos reagem de forma semelhante, sendo que para o treinador ou professor, é muito importante poder compreender seu atleta e utilizar de suas melhores habilidades mentais para tomar as atitudes corretas durante os treinamentos e competições. O presente estudo comparativo por justaposição teve como objetivo identificar o perfil das habilidades mentais dos atletas das diferentes categorias do Projeto Cestinha/SESI/UNISC, também buscamos verificar possíveis variações nas diferentes escalas das habilidades mentais e comparar as diferentes áreas das habilidades mentais entre as categorias. A população investigada foi composta por 38 atletas do sexo masculino, com idades entre 12 e 16 anos, das categorias Mirim, Infantil e Sub-15. Os atletas responderam um instrumento chamado questionário OMSAT-3*, que é um teste para avaliação das habilidades mentais com 48 questões. Para análise recategorizamos as questões em 12 subescalas e posteriormente em três áreas, assim denominadas: a) Habilidades fundamentais; b) psicossomáticas; e, c) cognitivas, que proporciona um perfil psicológico da pessoa avaliada. Dentro dessas 12 escalas, existem itens positivos e negativos, caso as escalas sejam definidas como positivas, quanto maior for à média, maior será o nível de facilidade que o sujeito tem para lidar com a situação, se for negativa, quanto maior a média, maior será a dificuldade para lidar com as situações. O estudo foi do tipo comparativo por justaposição e a análise dos dados foi realizada pelo SPSS 18 for Windows. Para apontar as diferenças entre os índices médios de acordo com as diferentes categorias se optou pela estatística descritiva, apresentando as freqüências absolutas e médias. Como resultado deste estudo constatou-se que os atletas da categoria Mirim apresentaram as maiores médias em três escalas negativas e duas positivas, a categoria Infantil apresentou apenas uma negativa com média mais elevada, e a categoria Sub-15 se destacou apresentando seis escalas positivas com maiores médias. Foi possível verificar que os atletas da equipe Sub-15 apresentaram o melhor desempenho, uma vez que obtiveram a maior média nas três áreas das habilidades mentais. Quanto ao pior desempenho no que diz respeito ao domínio das habilidades mentais, a categoria Infantil se sobressai sobre a categoria Mirim e Sub-15. Como existe pouca variabilidade entre as faixas etárias e o tempo de prática, podemos concluir que tanto a idade, quanto o tempo de prática não podem ser considerados fatores influenciadores nos resultados obtidos neste estudo, pois os melhores resultados foram obtidos pela categoria Mirim e Sub-15, representando os alunos mais novos e mais velhos. Desta forma, identificar o perfil das habilidades mentais dos atletas se torna um fator importante quando os profissionais da área buscam o desenvolvimento e melhor desempenho dos seus atletas. Conseguindo obter maior entendimento e compreensão das ações dos atletas durante os treinos e competições, podendo a partir dos resultados trabalharem as áreas específicas que precisam de mais atenção. *Trab. inscr. inicialm. SIC